Brasil X Espanha

10/3/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Nem reação e nem retaliação do governo brasileiro ao governo espanhol. A verdade é que há brasileiros que não deveriam estar viajando para a Espanha e nem para nenhum outro país da Comunidade Européia e Espanhóis que não deveriam tentar entrar no Brasil. Enganos podem ocorrer de parte a parte, mas tanto Espanha quanto Portugal estão cansados de receber mulheres brasileiras que vão 'trabalhar' em terras de língua portuguesa ou espanhola, para fazer um dinheirinho. E aqui no Brasil não são de todo desconhecidos os pacotes turísticos masculinos que infestam as praias do nordeste brasileiro, com o único propósito de usufruir nossas belezas infantis e juvenis. Exigir que o visitante exiba passagem de volta ao seu país de origem, ou prova de que tem onde se hospedar, ou passagens para outros países, ou dinheiro para a viagem, ou cartões de crédito que lhe permitam se manter, ou convites oficiais para a visita e a estada é o mínimo a justificar uma viagem internacional. Ninguém viaja sem algumas dessas condições, a não ser um pára-quedista irresponsável, não desejado por nenhum país. Há alguns dias, os primeiros sete espanhóis foram repatriados, em ação que foi apresentada como sendo a resposta do Brasil – uma retaliação – à repatriação constante de brasileiros do solo da Espanha. Eram três mulheres e quatro homens que não portavam documentos de permanência necessária e nem dinheiro para subsistência no país, exatamente dois dos itens exigidos pelo governo espanhol para deportar brasileiros. Em outras palavras, os espanhóis não dispunham de passagens de volta, não tinham vouchers para hospedagem em hotéis e nem demonstraram condições financeiras para permanecer no país. Um dos espanhóis – que afirmou pretender passar 20 dias no Brasil – trazia US$ 100 em dinheiro e nenhum cartão de crédito, enquanto outro, pretendendo burlar a imigração, não trazia dinheiro, mas portava um cartão de crédito... vencido. Um outro, ainda, já havia excedido o limite legal de 180 dias em território brasileiro nos últimos 12 meses. Nenhum país quer certo tipo de turista, sem documentação, sem dinheiro para se manter, sem objetivo definido e sem que possa explicar a que veio. Nesses dias em que tudo é globalizado, em que o tráfico de mulheres se alastra internacionalmente, em que prostitutas se movimentam e se fixam aos milhares nos países em que melhores são seus ganhos, em que pessoas procuram mudar de país irregularmente, para reiniciar suas vidas em outro, sem qualquer formalidade, em que países como o nosso são alvo de desenfreado turismo sexual com pacotes específicos oferecidos abertamente em países de 1º mundo, é claro que se torna absolutamente necessário que cada país, cada vez mais, cerque suas fronteiras do rigor suficiente a manter em paz a sua nacionalidade."

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