Previdência

"Caro migalheiro Romeu A. L. Prisco. Li sua Carta Aberta ao Presidente e aos Ministros da Previdência e do Trabalho. Fiquei comovido. Nem sei como Migalhas não a colocou como Migalha de Peso. Aliás, nem sei como Migalhas considera essa ou aquela uma Migalha de Peso. Migalhas pesa as migalhas que chegam? Se as pesa, a sua seria, por certo, de peso, dado o peso da angústia e do sofrimento intrínseco que traz em seu bojo. Mas, uma dúvida, você fala em 'benefício previdenciário'? Não vai aí um certo eufemismo? 'Benefício'? Benefício, ao que me conste, é uma vantagem, um ganho, um proveito. Não vou nem perguntar, para não expor o colega, de quanto é, afinal, o seu 'benefício', concedido – concedido é uma palavra ótima – pelo INSS. Afinal, previdência é a qualidade ou ato de ser previdente, e previdente é aquele que prevê, o cauteloso, o prevenido, o precavido, o prudente, e o colega, por certo, não pensou que ser cauteloso seria suficiente deixar sua velhice – desculpe-me colega – ser amparada pelo poder público. Se o colega fosse esperto e não previdente, teria ingressado na carreira política. Aí, como bem disse nosso presidente, poderia se dedicar a dizer as bobagens que quisesse e, melhor ainda, quando quisesse, e acumular 'previdências'. Isso sim é ser previdente. Mas, colega, agora é tarde, Inês é morta, como se diz por aí."