Governo Lula

18/3/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"O Comitê Nacional para Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça decidiu, por unanimidade, conceder status de refugiados aos três músicos cubanos integrantes do grupo Los Galanes. No fim do ano passado, quando faziam shows em Pernambuco, desapareceram, recusando-se a voltar a Cuba, fato comum a quantos cubanos conseguem enganar a vigilância cubana e se evadir, buscando não voltar à ilha da liberdade de onde vieram, largando tudo, família e bens, deixando tudo para trás, em busca de um futuro decente. Receberam, do governo brasileiro, passaportes amarelos, que lhes permitem, viver no Brasil, exercer suas profissões e, inclusive, viajar ao exterior, se quiserem. O presidente do Conare informou que os músicos alegaram que estavam sendo perseguidos, o que se sabe não ser verdade pois, se fosse, não teriam sido autorizados a deixar o país, já que nenhum cubano é autorizado a sair de Cuba, menos ainda os perseguidos políticos, é claro. Seriam perseguidos depois de manifestarem o desejo de não voltar, assim como perseguidos foram, pessoalmente por Fidel Castro, os boxeadores que ousaram pensar em ficar no Brasil, não obstante tivessem se arrependido na última hora, ainda que o arrependimento de nada tivesse valido, já que de volta à ilha, sofreram toda a sorte de perseguições e, aí sim, perderam todos os direitos, os poucos que tinham. Irônica, de parte do presidente do Conare, é a afirmação no sentido de que se as famílias dos músicos desejarem vir para o Brasil, automaticamente receberão, ao chegarem, o status de refugiados também. Isso só se tivessem êxito como 'balseros', e alcançarem a Flórida, mas aí por certo ficarão por lá, e receberão Los Galanes, seus parentes, para viver em Miami, destino preferido dos cubanos em fuga do paraíso cubano. Mas, o objetivo deste comentário é que o governo brasileiro não desconhece o fato notório que nenhum cidadão cubano pode sair de Cuba. E os que conseguem sair, saem fugidos. Em outras palavras, todos os que estão lá, pretendem fugir, ao menos é o que parece, já que os atletas e músicos que de lá saem para se apresentar em outros países o fazem sob forte escolta e usam de todos os artifícios e subterfúgios para driblá-la e ficar onde estão e não voltam porque, então, sofrerão represálias e, então, passarão à condição de perseguidos políticos, o que somente não serão se se submeterem às regras absurdas do regime absolutamente ditatorial que vige na ilha de Fidel, que continua sendo de Fidel. A seguir com o mesmo raciocínio aplicado às famílias dos músicos, o governo brasileiro deveria garantir, previamente, o status de refugiado a todo e qualquer cubano que conseguisse alcançar o território brasileiro. Mas, isso seria um paradoxo. Pois é com esse país que nosso governo mantém as melhores relações de amizade, assim como é com as Farc que nosso presidente se associa, no Foro de São Paulo, que ajudou a fundar."

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