Turismo

26/3/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Pelo que se está vendo por aí, turismo não é para quem quer, mas para quem pode. Regras internacionais, agora aplicadas no Brasil, exigem dos turistas passagens de volta, reservas em hotéis, dinheiro suficiente para permanência no país que se pretende visitar e perfeita documentação. Isso, é claro, além das exigências de segurança já existentes, de notório conhecimento, como não portar armas nos embarques em aviões, nem nada que possa servir como armas, como singelos alicates de unhas, por exemplo, ou frascos de xampus ou outros líquidos, que devem seguir nas malas despachadas. Quanto às bagagens de mão, além de casacos – e os próprios passageiros – tudo deve passar pelo aparelho de raios x. Todo mundo sabe disso, até mesmo quem não está acostumado a fazer turismo e o faz pela primeira vez, mas se informa a respeito. Todo mundo, não. Marta Suplicy, a ministra do turismo do Brasil, não conhece as regras mínimas de segurança dos vôos internacionais e, mais uma vez, protagonizou uma daquelas cenas que só as autoridades – ou devemos dizer 'otoridades' – brasileiras são capazes. O casal Suplicy/Favre, ao embarcar para a China (ela de 1ª classe, ele de executiva, já que ela é 'otoridade') resolveram, que suas bagagens de mão não deveriam passar pelo aparelho de raio x. Isso após furar a fila na Polícia Federal, o que já revoltou os demais passageiros, que não se conformaram coma cínica explicação de Marta que as regras que recaem sobre passageiros 'comuns' não se aplicam às 'otoridades'. Daí, a 'otoridade' e seu acompanhante 'com sorte', arrogantemente passaram pelo raio x sem permitir que sua bagagem de mão seguisse o mesmo caminho e se aboletaram em suas confortáveis poltronas. Avisado, o comandante da aeronave desligou as turbinas, desceu do avião e informou que não decolaria enquanto todos os passageiros não passassem suas bagagens de mão pelo raio x. Então, e só então, Marta, a 'otoridade' e Favre, o marido, dignaram-se a sair de seus assentos para cumprir, como os demais, uma conhecida regra do turismo internacional. Segundo as informações, cumprida a obrigação do casal, os demais passageiros 'relaxaram e gozaram'. Será que na China estão deportando brasileiros arrogantes?"

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