Rui ou Ruy Barbosa?

31/3/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Caro Diretor. Sou contra essa modernização pela pronúncia (Migalhas 1.865 – 26/3/08 – "Gramatigalhas" – clique aqui). Meu pai chamava-se Achille transformou-se em Achilles, depois em Aquiles. Meu avô Francesco, transformaram-no em Francisco. Por isso a língua se deturpa se moderniza, se achincalha. Meu filho colocou em meu neto a grafia de meu avô: Francesco. Eu coloquei em meu filho, um deles, o nome Georgius, meu sogro, não Jorge. Agora estão vindo com uma reforma, extirpando acentos, acrescentando letras que nunca deveriam ter sido extirpadas, porque tinham um sentido etimológico, uma razão de ser. Acredito que eles não tenham o que fazer e cada vez mais estudam menos as origens, o porquê dos nomes, dos acentos, a etimologia. Na Justiça então, uma calamidade: interpretação livre dos vocábulos, muitas vezes por pessoas despreparadas. Ora, se alguém escreveu algo, fundamentando-se no que diz originalmente o vocábulo, por que a interpretação livre? Só pode dar no que tem dado: confusão, bagunça! Na minha opinião, quando uma lei pode ser interpretada com duplo sentido, deve-se ir à origem (legislativo) e pedir explicação. Não interpretá-la por lucubração cerebrina, por subjetivismo. Sou etimólogo, e pretendo sê-lo por toda vida; e na etimologia procuro interpretar o sentido do que escrevem não na figura de quem interpretou, por mais que ele se destaque, cria fama ou criou de jurista famoso, mesmo porque morre o homem, cessa a fama, e as vaidades, que o cercam, e todo homem como mortal, pode errar e tenho encontrado erros crassos de interpretação em muitos juristas famosos vivos e mortos. Não é à-toa que dizem-me contestador."

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