xHomem grávido 2/4/2008 Paulo Roberto Iotti Vecchiatti - OAB/SP 242.668 "Primeiramente, se você 'não quer saber' sobre adequação de sexo físico ao psíquico então você realmente ignora por completo a questão do transexual, já que a dissociação do sexo físico ao psíquico é mais do que inerente a este tema, assim como a diferença do transexual para o homossexual. Isso só será 'nova ciência' (sic) se você se estiver se baseando em literatura mais do que arcaica ou então ultrapassada... Leia um pouco, só um pouco, sobre o assunto e descobrirá isso. Por outro lado, é mais do que evidente que o problema não está em falar do homossexual, da homossexualidade ou da homoafetividade, mas em se falar impropérios sobre o homossexual, a homossexualidade ou a homoafetividade, com base na mais profunda ignorância, ainda que inconsciente (e você ao menos confessou sua ignorância Wilson Silveira, penso que, pelo menos, já é um começo...). Contudo, não posso deixar sua 'heterossexual ignorância' (sic) em paz... Não posso porque dita 'heterossexual ignorância' é responsável pela difusão de uma série de equívocos sobre a homossexualidade, como os que critiquei na manifestação anterior... E da ignorância para a discriminação arbitrária é um pulo bem pequeno... (aliás, acho isso muito curioso: você realmente pensa que pode falar o que quer sem ouvir um contraponto?! Ora, esteja preparado para ser criticado quando participa de um fórum público de debates... No mais, como ficou claro, falo não só a sua ignorância especificamente, mas a ignorância de heterossexuais em geral sobre tais temas, já que não se esforçam em estudá-los minimamente antes de opinarem sobre eles... Não são todos os heterossexuais que isso fazem nem digo que seja a maioria, mas muitos o fazem...) Se você eventualmente não discrimina, ótimo, mas da ignorância à discriminação a distância é mínima, isso é fato... Eu também tenho mais o que fazer e sinceramente não tenho nenhuma preocupação com a sua pessoa especificamente Wilson Silveira... Todavia, tenho por hábito corrigir os equívocos que vislumbro, assim como tenho por hábito somente manifestar como verdade universal ou ao menos como certeza própria aquilo que é pautado pela realidade empírica, científica ou, pelo menos, por argumentos lógico-racionais bem fundamentados... Pior ainda, tenho por hábito exigir isso dos outros, veja só que coisa... Ou seja, não me importa se quem fala é você, um estudante do ensino médio, um médico, o 'Zezinho da esquina' ou quem quer que seja: se vejo algo que considero equivocado, manifesto meu ponto de vista e justifico minha posição, como fiz em minha manifestação anterior. Assim, quando você passar a prezar a boa dialética platônica, enfim, o bom debate, poderemos conversar, já que sempre estarei disposto a debater com qualquer pessoa, logo, mesmo com você, com quem não nutro nada além da tolerância que é inerente à vida em sociedade (obs: (i) dialética platônica: 'processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos profundamente com a busca da verdade...' – Dicionário Houaiss, 2007, p. 1030; (ii) tolerância: 'tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas' – Ibidem, p. 2730). Até lá, sua falta de paciência para com a minha pessoa não me impedirá de corrigir suas posições sempre que eu as considerar equivocadas (assim como as de quem quer que seja), em prol da verdade (pelo menos, daquilo que considero como verdade; a verdade é única, embora todos tenham a sua certeza, que pode ou não com aquela coincidir) e, principalmente, da qualidade dos debates – e a seção de leitores do Migalhas é um fórum público de debates, que eu saiba... Não necessariamente para convencê-lo ou convencer a qualquer outro debatedor (embora esse seja sempre um objetivo), mas para apresentar um contraponto a quem lê estes debates, como forma de beneficiar, pelo menos, a dialética hegeliana, de uma 'realidade como um movimento incessante e contraditório, condensável em três momentos sucessivos – tese, antítese e síntese...' (Ibidem, p. 1030). Mesmo que eu pense que nem sempre a síntese seja necessária – a tese pode estar, simplesmente, equivocada, assim como a antítese – creio que é inerente à correta compreensão de um tema que se apresentem todos os entendimentos existentes, em um bom e respeitoso debate. Por fim, quanto à sua paródia de Ivan Lins, julgo oportuno fazê-la a você – quanto à sua sempre desnecessária agressividade..." Envie sua Migalha