Isabella

7/4/2008
Maria Luiza Bonini

"Poema escrito pelo grande poeta Eugénio de Sá, com o meu comentário: Com extremo pesar e revolta repasso esse poema sem poesia, mas que grita e clama por todos que expectam. Impotentes, o drama que ora clama a dizer que urge da justiça, que ouça... veja e fale... Não permaneça cega, surda e muda, diante da dor, Justiça que nunca foi mãe! Tú és mulher! Seja mãe desta menina, que em sua fraca defesa, tornou-se fraca presa de monstruosos atos não fictícios... São incompreensíveis fatos. Defenda-a Justiça! Seja mãe e não madrasta! De horrendos crimes, como este, já nos basta!

 

O sorriso de Lúcifer

Eugénio de Sá

(in memoriam da menina Isabella Nardoni)

 

Que trema de remorso nos horrores

Quem fere uma criança até à morte

Que fera cerração lhe c’roe a noite

Feita das asas d'anjos vingadores

 

Bárbaro insulto que a Deus mais ofende

O emurchecer da vida de um infante

Caído a golpe vil e infamante

Desferido p’lo frio que mais contende

 

Que o assassino não pague somente

Numa prisão a sua horrenda saga

Que o pavor lhe povoe a própria mente;

 

Que o rodeie, lúgubre, essa praga

E Lúcifer se faça presente

Na sua morte com hora marcada!"

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