Inveja 15/4/2008 Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL "Já vi que cartão corporativo não vou ter, o que me deixa bastante aborrecido. No final das contas, minhas contas pessoais e, até mesmo, minhas tapiocas, vou ter que pagar eu mesmo. Nada de cartão corporativo. Quando muito os meus cartões, aqueles que me cobram no fim do mês. Agora, essa do contracheque dos parlamentares é para derrubar qualquer um. Nem sei por que essa história de chamar de contra cheque uma coisa que, convenhamos, é francamente a favor. Além do salário (R$ 16.512,09), os benefícios – é esse o nome? – somados verba de gabinete (R$50.515,62), ajuda de custo (R$ 33.024,18), verba indenizatória (R$ 15.000,00), passagens aéreas (R$ 4.500,00 a R$ 17.500,00, dependendo do Estado de origem do parlamentar), gráfica (R$ 6.000,00), cota postal e telefônica (R$ 4.268,55 para deputados e R$ 5.513,09 para líderes) e auxílio moradia (R$ 3.000,00), cada parlamentar ganha, ao final de cada mês um cheque a favor, em valor que pode variar de R$ 138.633,53 a R$ 151.633,53, dependendo do seu Estado de origem, o que não é nenhuma porcaria. Interessante o fato de que a verba de gabinete está sendo considerada insuficiente. Nossos parlamentares não podem trabalhar sem secretários em seus gabinetes. Falando sério, ninguém pode. Por isso, eles têm alguns, coisa pouca: 9.500 secretários parlamentares que recebem salários que variam entre R$ 415,00 e R$ 8.200,00. Esses, maiores, todo mundo sabe quem são, servem para engordar o orçamento doméstico dos 513 deputados, já espremidos pelos baixos ganhos. Por isso, pleiteiam os parlamentares o aumento da verba de gabinete, dos atuais R$ 50.815,62, para R$ 66.000,00, para arredondar. Arlindo Chinaglia não pretende dar esse aumento assim à toa. Só 'se houver um critério absolutamente justificável... Daí – explica – não há razão para não fazer'. ACM Neto, argumentando com a carestia, já afirmou que 'com parâmetros objetivos e critérios justos, eu entendo que a mesa pode dar o reajuste'. O que está difícil para nós, eleitores, 'entender', é o 'por que' de a Câmara gastar, por ano R$ 338.785 milhões só com a verba de gabinete, isso sem levar em conta os encargos sociais, para resultar no trabalho que os deputados apresentam. Difícil, também, de entender, por que um deputado precisa de 25 assessores. Difícil, mesmo, é conter a inveja." Envie sua Migalha