Governo Lula

"Desculpe-me, caro Olavo Credidio, mas muitos países – alguns ao menos – em piores situação que o Brasil, como a Coréia e a Índia, decidiram lutar contra a pobreza, a falta de educação e de tecnologia, e transformaram-se no que são hoje. Isso sem falar na China, que cresce a olhos vistos. Se jamais se começa, jamais se chega a lugar nenhum. Noto que o colega, como Lula, sempre se refere aos antecessores. Mas, repito, e daí? Vamos ficar sempre nessa história de antecessores? Sonho? Utopia? Os tigres asiáticos vieram do nada para serem o que são, e passaram pelo Brasil que lá estava, deitado eternamente, sempre reclamando dos antecessores. No meu ramo, propriedade intelectual, sabemos que o nível de progresso de um país é medido, hoje em dia, tecnologicamente, pela quantidade de patentes de nacionais que possui registradas. Mais uma vez o Brasil, a cada dia, fica para trás da Coréia, da China, da Índia e de todos que, com o Brasil, eram emergentes. Quanto a Confúcio, também disse ele que 'não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros', ou 'se queres prever o futuro, estuda o passado' ou ainda, mais a propósito, 'de nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos'. Finalmente, disse Confúcio 'sonhar com o impossível é o primeiro passo para torná-lo possível'. Assim, não são 'parole', só 'parole', nem sonhos ou utopia. Mudar o país é possível. Educar o povo é possível. Tirá-lo da pobreza crônica é possível. Mas, não é bom, e nem útil, caro colega. E isso, sei eu, sabe você e por certo, já sabia seu falecido avô, porque não devia ser diferente na vetusta Itália, onde os políticos também se serviam, como aqui, do povo como massa de manobra. E quanto mais famintos, e ignorantes, e mais ávidos pelo que você chama daquela 'esmolinha', que talvez pague o único pão do pobre, que deveria ser pago com o emprego que ele não tem e não terá, correrão atrás dos políticos de hoje, ou dos seus antecessores, porque todos, sem exceção, agem da mesmíssima maneira."