Governo Lula

16/4/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

“Sr. diretor. Quanto às recentes considerações do sr. Wilson, agradeço as informações, a maioria delas ignoradas por mim, das privatizações. Não defendi Lula, exceto nas bolsas alimentares, pois o povo precisa primeiro de comida. Obviamente,sou contra as privatizações a não ser as absolutamente necessárias, por exemplo, a Light quando introduziu a eletricidade. Por isso defendi Getúlio. Privatizar, por exemplo, a Vale do Rio Doce e outras dependentes de nossos minérios, para mim são crimes de lesa-pátria, aliás minha carta contra saiu no Estadão, quando FHC pretendia fazê-lo. A retomada delas, estatizando-as porém esbarraria em inúmeros obstáculos de outros apátridas, eis porque penso que Lula não intentou fazê-lo. Agora vem o migalheiro Wilson dizer que ele privatizou outras: para mim isso é crime, se realmente aconteceu. Desmente tudo que ele defendia. Há governadores de Estados que privatizaram por sua vez, Alkmin foi um, privatizou, por exemplo, o seguro de Nossa Caixa, ofereceu terras do Estado a particulares(não consta que tenha alienado (por desinteresse dos esbulhadores). Quem defende Getúlio, quanto a estatização jamais poderá estar a favor da privatização, a não ser as imprescindíveis. Sou, é óbvio, a favor da moralização; mas sou descrente pelo que vejo no comportamento dos políticos que só agem a próprio favor. Não confio neles. Tenho me baseado nas palavras de Stefan Zweig: o Brasil é um deserto de homens e de ideais, infelizmente. Não sou Lulista, repito. Sou a favor de ele dar comida ao povo. Ademais, com meus 82 anos aprendi a não confiar nos homens, principalmente políticos. Quanto ao colocar o Brasil entre os primeiros do Mundo acho difícil, por isso não aceito comparações. Aqueles países são também paupérrimos, pelo menos os povos são: China, Índia, Coréia, Vietnã etc., logo não são melhores que o Brasil. É propaganda para enganar. Eu espero dias melhores para meus filhos, netos e bisnetos; mas infelizmente não confio. Poderia estender-me muito mais em considerações o porquê de não confiar; mas não levaria a nada prático."

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