Circus 16/4/2008 Nicolino Lemonache Netto "(Circus 83 – 11/4/08 – clique aqui) Meu caro Adauto, lembrei-me da linda vóz da Dalva de Oliveira, que, a pedido da gravadora Odeon, lançou umas músicas, na primeira parceria internacional que me lembro, com a orquestra de um tal de Roberto Inglês - que não me recordo de onde veio e nem para onde foi - mas que vendeu bastante 'bolachão' de 10 polegadas, muitos para a época na qual ainda não havia ocorrido o lançamento do Vinyl. Teria de pesquisar para relembrar quais as músicas mais 'its' que foram gravadas, achando que uma delas foi 'Fascinação', e outra 'Vão acabar com a Praça 11'. Também não me lembrei que após o programa do Nhô Totico, que era das 18h30 às 18h59 horas, porque às 19:00 horas, pontualmente, entrava em cadeia radiofônica a Hora do Brasil (antes tocava acordes do Hino Nacional e depois do Guarany), que se alongava até às 20:00 horas (com o famoso 'Aviso aos Navegantes...'), sem audiência, e só depois entrava o Zé Fidelis e a PRK-30 com o Max Nunes e o Castro Barbosa, e então ninguém falava de horário nobre... Ainda nessa época passou nos cinemas um filme preto e branco bem arrojado para a época com a sensual Ava Gardner, que fez muito bem o papel de 'Vênus Deusa do Amor', que começava com ela de pé despertando de um encantamento, pois ficava numa vitrine de loja de departamentos como uma estátua (completa, com os braços, aliás muito belos, e não como a Vênus de Milo..., vestida com um manto como aquele da apresentadora da Columbia Pictures) que se corporificava sedutoramente após ser beijada pelo faxineiro do magazine, ao qual passou a seduzir (assisti umas três vezes esse filme...), e no qual tocava a música 'Speak Low', atualmente interpretada, no original idioma inglês, pela Marisa Monte. Não consigo precisar a temporada certa - mas deve ter sido em 1948 - em que o Cine Metro - não mais com as célebres denominações de 'matinés' e 'soîres', ficou umas 10 ou 11 semanas em 'Sessões Corridas' exibindo o revolucionário filme para aqueles tempos, com Technicolor, som stereo, filmagens sub-aquáticas, e Cinemascope, o inesquecível 'Escola de Sereias', com a Esther Williams e um gozador chamado Red Skelton, que não me consta terem tido mais algum sucesso em Holywood. Em meio a piscinas e beiras delas, assistia-se a um deslumbramento com shows aquáticos e um roteiro elegante, e ouvia-se o fundo musical e via-se por vezes a Orquestra do Xavier Cugat tocando o Begin the Begine, e depois o violinista Jascka Heiftez interpretando a 'Hora Stacato' e o trumpetista Harry James com orquestra tocando dentre outras a 'Sleep Lagoon', e ainda a Ethel Smith tocando num curioso órgão com pedaleira o 'Tico-tico no Fubá' - com uma Carmen Miranda estilizada (também assisti umas três ou quatro vezes), e foi um embalo daqueles. E, em 1954, ocorreu o Quarto Centenário da Cidade de São Paulo, ocasião em que foi inaugurado um conjunto de edificações moderníssimas projetadas por Oscar Niemayer que foi denominado Parque do Ibirapuera, com Planetário, vários pavilhões de exposições, a Oca, a Grande Marquise (ainda ontem estive sob ela perto do Pavilhão da Bienal), onde se paquerava até a gente chegar no moderníssimo parque de diversões, com Tira-prosa, montanha russa, globo da morte e outras atrações que não deixavam a gente sair de lá... Acho que foi lá que se deu o advento das grandes festividades (pois antes só haviam as quermesses), com um enorme afluxo popular que manteve o dito parque lotado às tardes e às noites em todo o primeiro semestre, pois no segundo, pelo menos eu, não mais o freqüentei, porque passei a fazer o Cursinho do Prof. Castelões (outra figura inolvidável) para prestar o vestibular para o curso de Direito do Mackenzie no início de 1955. Tenho dito." Envie sua Migalha