Gramatigalhas

"Data venia, venho fazer uma respeitosa observação sobre o colega Silvio Alonso e sua respeitável frase contendo os vocábulos 'digo' e 'diogo' (Migalhas 1.884 - 23/4/08 – "Gramatigalhas" - clique aqui). Pelo que sei, quando os termos eram 'dactilografados', um magistrado ao fazer um ditado, viu o escrevente errar a palavra e, constado o erro, pediu para ele acrescentar na sequência, o vocábulo 'digo' e assim continuar o texto. Ao fazer isto, o escrevente errou novamente, constando 'diogo', ao invés de 'digo'. Comunicado do novo erro, sentenciou o magistrado que, para a correção, se constasse o seguinte: 'Onde digo diogo não digo diogo, digo digo.' O curioso é que quando ocorria um erro em audiência e o Juiz proferia o salvador 'digo', todos se lembravam da história e o ambiente carregado das audiências, ficava mais leve. Bons tempos aqueles em que reinava paz entre Magistrados,Advogados e Promotores. Hoje, mesmo com os avanços tecnológicos e a facilidade do 'delete', seguimos todos carrancudos nas audiências, renunciando, em nome da intolerância e ausência de humanismo, os ditos beneficios da tecnologia. Esta, uma pitoresca migalha das histórias forenses da Comarca de Garça, SP, migalha esta que já não ocorre mais, dada a infeliz perda de poesia e humor de nossos tempos. Abraços do sempre migalheiro,"