Desvios de verbas

28/4/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Nada a ver, é claro, com o advogado Ricardo Tosto, que não tinha nenhuma função executiva no BNDES. Mas, não é hora de uma conclusão acerca da liberação de verbas? Em outras palavras, talvez seja bom já deixar combinado: toda vez em que houver uma liberação de verbas, ato contínuo, a Polícia Federal deverá investigar o 'pedágio', quem levou quanto, qual o esquema, quais os envolvidos. Isso porque, sem nenhuma exceção, todas as liberações de verbas têm um 'esquema' em que há 'envolvidos'. Não há liberação de nada, nunca, em que não haja beneficiários. Há licitações? Há alguma maracutaia. Liberaram algum dinheiro? Há alguém envolvido nisso que ganhou algum. 'Saiu' uma verba para alguém, ou alguma empresa? É só procurar o 'esquema'. Um 'projeto' foi aprovado? Basta procurar os 'beneficiados'. Pô, meu, como dizem os jovens, o que mais será preciso para que se aprenda que em tudo, tudo mesmo, que envolva dinheiro público, há interesses escusos no meio? Ou vamos continuar fingindo que alguém consegue liberar alguma coisa sem 'conhecer' alguém, sem conhecer o 'caminho das pedras'? Aprova-se um projeto de lei no Congresso e o projeto, que envolve gastos, já indica uma ONG para 'verificar' os gastos. A tal ONG, quase sempre, é constituída exatamente para aquele projeto. Nem existia. Estranho? Não. No Brasil é assim. Vamos continuar fingindo que ninguém sabe? Ou você, cidadão, já conseguiu aprovação para o ranário de sua mulher, ou uma montanha de dinheiro para alfabetizar milhares de analfabetos? Bilhões vão para ONG’s, sem qualquer controle. Você tem uma? Já tentou aprovar um 'projeto' na Amazônia? Por que não? Não 'conhece' ninguém?"

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