Artigo - Cortesia com o chápeu alheio

8/5/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Quanto às reivindicações do Bispo, agora presidente do Paraguai, até mesmo o senador Cristovam Buarque, a respeito do assunto, assim se manifestou: 'Não podemos simplesmente negar ao Paraguai o direito de pedir o reajuste. Nós não podemos esnobar o Paraguai. Até porque temos uma dívida com esse nosso país vizinho, já que há 138 anos matamos 300 mil de seus cidadãos. Em proporção, seria como se matassem nove milhões de brasileiros'. Se bem me lembro do que aprendi na escola, mas posso estar errado, naquela época o exército do Paraguai contava com 77 mil homens, enquanto que o brasileiro apenas com 18 mil. E as tais 300 mil mortes paraguaias se deveram, em 70%, à fome, à cólera e à malária. Em combate com as forças combinadas do Brasil, Argentina e Uruguai, o Paraguai perdeu metade de seu exército. E, Solano Lopez, que jamais aceitou negociar a rendição, levou suas tropas já vencidas, a lutar estupidamente, sem condições, até as últimas conseqüências, mantendo a guerra até sua morte. No que se refere a Itaipu, o complexo foi integralmente custeado pelo Brasil. O Paraguai não tirou do bolso nenhum guarani, graças a Deus, até porque sua moeda não vale nada. Mesmo assim, o tratado deu ao Paraguai 50% de toda a energia gerada pela usina, tendo o Brasil direito a adquirir a sobra ao preço de mercado. Quando foi construída Itaipu, o Paraguai não tinha como pagar. O Brasil também não, mas tomou empréstimos no exterior e bancou toda a construção do complexo. Empréstimos que levamos anos pagando, pagando também a sobra de energia ao país vizinho, que nada pagou para produzi-la. Já demos, de mão beijada, as refinarias da Petrobras ao amigo Evo. Que tal darmos de presente Itaipu ao Bispo?"

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