Isabella

9/5/2008
Marcos Magnei de Miranda

"A cobertura do caso Nardoni feita pela mídia nos leva a pedir a volta da pena de morte para alguns crimes e mudanças na legislação. Por exemplo: delegados de polícia seriam escolhidos em programas de televisão, como as bailarinas do Tchan; juízes e promotores seriam escolhidos em eleições (esse promotor do caso nem precisa se submeter a eleição, pois ele tem a aparência e o perfil já adequados). Tudo com direito a debates e entrevistas nos programas de rádio e tv. Evidentemente esses personagens seriam ainda mais estrelas e populares do que são hoje. Poderemos instituir premiações para as melhores performances. Já estou vendo quem seriam eleitos juízes das varas de direitos do consumidor e de execuções criminais. As reconstituições seriam feitas por produtores e diretores de teatro, devidamente ensaiadas e acompanhadas sempre ao vivo pela mídia. De cara vamos ressuscitar o Zé do Caixão. Os julgamentos, sumários, seriam feitos em amplos ambientes, tipo parque Ibirapuera (São Paulo) ou montagens na Praia de Copacabana (Rio), como nas finais dos campeonatos de vôlei de praia. As execuções, públicas e transmitidas ao vivo, com barracas de churrasquinhos e cervejas, seriam feitas aos domingos, tornando-se um programa da família. Evidentemente, com a última entrevista do réu, onde, com certeza, seria perguntado o que ele está sentindo nesses últimos momentos antes da execução. Imagina então, se o corpo for cremado logo em seguida? Quanto teremos a ganhar com essas medidas?! A audiência de tv aumentaria, com mais programas ao vivo, gerando mais receitas e empregos. Inclusive poderiam ser vendidos os direitos de transmissão (como nos campeonatos de futebol, mas sem exclusividade), acabando com os problemas de orçamento do judiciário. Voltaríamos a ter 100% dos televisores ligados, como nos tempos dos finais das novelas da Janete Clair. Teríamos debates mais acirrados nos botecos, enquanto degustamos cachaça e torresmo. Geração de postos de trabalho nas barracas de churrasquinho, etc. Vamos apoiar!" 

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