MIgalheiros

19/5/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. diretor, leio na Internet Terra: 'Autor de novelas critica Leila Lopes por fazer pornô.' Bem, a crítica é livre e cada um pode pensar o que quer; mas eu fico pensando na luta pela sobrevivência desses artistas. Vejo dezenas deles, da origem Globo, na Record, na Bandeirantes, no SBT etc. Será que eles têm escolha, para sobreviver? Poucas são as emissoras de TV; e quando falta o pão na mesa, quem lhes dará? Afinal representam o quê? Nunca  aquilo verdadeiramente o que são. Às vezes, comento com minha mulher: o que pensam os artistas de suas representações, quando se vêem nas novelas fazendo papéis totalmente diversos daquilo que são? Lembro-me, há anos, quando Sérgio Cardoso fez o papel do dr. Vaucourt (não sei se é assim que  se escreve) disseram que ele sofreu problemas em  sua personalidade. Somente a viúva dele, também artista, poderá dizer se sim; mas não duvido que tenha sofrido. A vida deles não é fácil, como muitos pensam, enganando-se, que é. Decorando textos diferentes, nem sempre contentes com os papéis que são obrigados a representar, para sobreviver; e não têm nenhuma garantia, perdendo os empregos. Há novelas famosíssimas, que dão lucros eternamente às emissoras; mas os artistas ficam a ver navios, à deriva, nem amparados pela Justiça. Vejam o caso  de uma recente  ação de uma artista, que era da Manchete, hoje da Globo, contra o SBT: perdeu! Um sindicato deles deveria lutar para melhores condições,quando perdem os empregos, e a imagem deles continua explorada pelas emissoras. Não há duvidas de que estas forçam - nos a assinarem contratos, isentando-as de responsabilidades, quando terminam as novelas; mas, se houvessem leis que os protegessem, os contratos perderiam seu valor diante das leis. Devem procurar senadores e deputados e fazê-los entender que estão desprotegidos e precisam de leis  para melhorar-lhes as condições de sobrevivência, principalmente depois que perdem a mocidade, advindo-lhes à idade, que não respeita ninguém. Lembro-me de uma frase que criei  na minha labuta, ajudado pelo latinista dr. Geraldo Lásaro de Campos: 'Nihil quod faciant me dissuadet a contrario'. Nada que façam me convence do contrário. Atenciosamente,"

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