Espiritualizar o Judiciário

"(Migalhas 1.900 - 19/5/08 - "Espiritualizar o Judiciário" - clique aqui) Não sou jurista, nem advogada, mas lido freqüentemente com questões jurídicas, em minha atuação como psicóloga assistente técnica civil e mediadora familiar. Mas, como minha atuação é na área de família, pouco posso opinar acerca da produção de provas psicografadas em âmbito criminal. Posso comentar acerca dos princípios religiosos em si: realmente o Estado é laico, mas as pessoas não, e a liberdade religiosa é um direito constitucional. Concordo com o dr. Dallari ao dizer que, no momento em que os princípios religiosos interferem como um juízo de valor moral, perde-se a objetividade da atuação profissional. Mas, se pensarmos de maneira mais rigorosa sob essa linha de raciocínio, então os parlamentares e juristas católicos que defendem a proibição do aborto em caso de anencefalias, ou de evangélicos contrários às pesquisas genéticas com células-tronco para o tratamento de doenças degenerativas e neuro-musculares também estão ferindo a ética de sua atuação, porque também estão permitindo que juízos de valor religiosos interfiram em seus posicionamentos, inclusive contrários à ciência. É minha modesta 'migalha', participando do debate. Grata pela oportunidade."