Briga de galo

6/6/2008
Reginaldo de Andrade

"Ao ler sobre os problemas enfrentados pela migalheira Nathália e o galo do vizinho (Migalhas 1.911 – 5/6/08 – "Migalhas dos leitores - Briga de galo"), acabei por me lembrar de algo que me sucedeu num passado não muito distante. Ainda solteiro e morando na casa de meus pais, tendo chegado da faculdade de Direito, onde estudava à noite, busquei o refúgio bem vindo de minha cama, localizada no quarto nos fundos da casa. Nem bem havia dormido algumas horas quando um galo começa a cantar, acordando-me sobressaltado. Que novidade é essa agora, pensei eu, um galo em plena e pujante Santo André? Apesar da curiosidade inicial, o cantar do galo não me permitiu mais conciliar o sono, e foi com tremendo pesar que deixei a cama, por volta das 5 horas da manhã, e me preparei para cumprir um novo dia de trabalho. Cansado, cheio de olheiras, cheguei à cozinha onde minha mãe me esperava (as mães eram assim naquela época, acordavam mais cedo que os filhos), e ao ver-me tão abatido perguntou se não havia dormido bem. Ainda ecoando o canto do galo em meus ouvidos, destampei todos os impropérios que me acudiram contra o vizinho proprietário do galináceo. Qual não foi a minha surpresa quando minha mãe, com a cara amarrada, simplesmente me respondeu: o galo é meu! Entre surpreso e envergonhado, só me restou engolir rapidamente o café e buscar a solidão da rua, longe dos galos e da surda raiva de minha querida mãe!"

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