Células-tronco

10/6/2008
Alexandre de Macedo Marques

"Caro dr. Silveira. Sob o tema, muitas vezes abordado pelo senhor na sombra de uma angústia verdadeira - sabêmo-lo agora- mantive uma breve troca de idéias com um membro do conselho editorial de um grande jornal paulista. Transcrevo trechos do um dos meus e-mails: '...nos parcos neurônios dos aborígenes as coisas só fazem sentido se tudo for reduzido a um 'Fla x Flu' ou a um 'Coríntia X Porco'. A Igreja Católica, por princípios e pressupostos que lhe são próprios e peculiares, tomou posição. Logo, trêfegos pensadores e adjacentes, derivaram a coisa para laicismo X religião de Estado. E dá-lhe exorcismos contra o que chamavam de 'obscurantismo', exumações apalermadas de Giordano Bruno, de Galileu Galilei. Ou o uso pornográfico de qualquer ignorância ou meia verdade que possa servir-lhes de munição na busca de ares de 'mudernos' e de progressistas... Em seu âmago a coisa a decidir era muito clara. Complexa era a sustentação de uma posição tal a carência de elementos objetivos para tanto. Para mim a coisa estava alguns - muitos - passos adiante. Se o destino dos embriões é o descarte - tout court, o lixo - pois jamais irão desenvolver-se num Ser Humano, por que não poderão ser utilizados em pesquisas médicas que, potencialmente, podem ajudar milhares de seres humanos a livrar-se dos grilhões e sofrimento de doenças degenerativas sem cura? Atrevo-me a cometer uma heresia, mas aí vai: Cristo ofereceu sua vida, sacrificado, pela salvação do Homem. Poderia a morte e sacrifício desses embriões, pela esperança e alívio da dor e angústia humanas, um 'ato cristão'?"

Envie sua Migalha