Militar homossexual

17/6/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Poderíamos até, como dizem os mais jovens, 'deixar barato', mas não seria bom, à vista do escândalo causado e do dano já produzido às forças armadas. Por isso, é bom lembrar, ainda sobre o assunto, só para não deixar esquecido, que naquela malfadada reportagem da revista Época, o sargento Laci, também conhecido nas fileiras como sargento Cássia Eller, comentava que, ipsis litteris: 'Para um gay, as forças armadas são um paraíso'. E, matreiramente, perguntava: 'Existe coisa melhor para um homossexual do que tomar banho com um monte de homem pelado e sarado?'. Na mesma entrevista, o casal alegou que o motivo de estarem sendo perseguidos era o fato de terem feito denúncias acerca de corrupção no hospital militar, e não por serem gays. São bem articulados e a história da doença, da depressão, do escândalo, enfim, foi cortina de fumaça para escapar da punição aguardada pela deserção esperada pelas leis militares (clique aqui). Então, a história é essa. Há gays no exército sim. O motivo do problema, segundo eles próprios, não é serem ou não gays, mas outro, bem diferente. Aliás, o senador Eduardo Suplicy, que manteve reunião com o sargento Araújo, declarou o seguinte: ‘Encontrei com o sargento Araújo nesta quinta-feira. Perguntei se era sua intenção, depois de servir 13 anos no Exército, passar para a vida civil. Ele disse que sim, que conhece o artigo 150 de Exército que trata do assunto, o que significa que sabe como fazê-lo na hora que assim o desejar’. De acordo com o senador, os dois sargentos se sentem perseguidos pelo fato de terem constatado irregularidades na administração do hospital em que trabalhavam e terem feito denúncias ao Ministério Público. Para o senador o assunto ganhou dimensão maior na medida em que, para se protegerem do que sentiram como perseguição, resolveram dar uma entrevista à imprensa sobre suas opções sexuais. Essa, então, a ordem das coisas. A propósito, o senador visitou o sargento na carceragem do Exército, que havia tomado o café da manhã, a medicação que lhe havia sido prescrita pelos médicos e tudo estava tranqüilo."

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