Carlos Velloso

30/6/2008
Adilson Dallari - professor titular de Direito Administrativo da PUC/SP

"Nesta hora de aberta temporada de caça às bruxas é preciso um pouquinho de calma. Conheci o Ministro Carlos Velloso, por intermédio do nosso amigo comum Geraldo Ataliba, quando ele ainda era um juiz do antigo TFR. Ao longo desses quase quarenta anos tivemos muitas conversas, muitas divergências e muitas discussões sobre teses jurídicas, mas, nunca (nunca mesmo) ele se deixou influenciar, em seus julgamentos, por razões de amizade. Ele sempre decidiu com independência, segundo suas convicções, com muita sensibilidade jurídica, tendo até mesmo sido vítima de alguma incompreensão por causa de sua autonomia intelectual. Quem tem uma vida inteira de extrema dedicação à Justiça, chegando até à Presidência do STF, merecendo especial destaque sua brilhante atuação como Presidente do TSE, quando introduziu o voto eletrônico, conferindo mais segurança e confiabilidade aos pleitos, merece, no mínimo, um voto de confiança, não podendo, em nenhuma hipótese, ser atirado na vala comum de vendedores de sentenças e traficantes de influência. O sensacionalismo (até compreensível) da imprensa, não abala e não pode abalar o justo prestígio de quem sempre dignificou o Poder Judiciário no Brasil." 

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