Militar homossexual

2/7/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Minha velha avó (que Deus a tenha) dizia, em sua santa sabedoria, ainda que tivesse chegado ao Brasil em um daqueles navios de imigrantes italianos como os da novela 'Terra Nostra': 'Contra a força, não há resistência'. Por isso, deixo aqui só aquela velha piada sobre o padre, no casamento, naquela parte em que diz que se alguém tem algo a dizer contra o casamento que o diga agora, ou se cale para sempre, uma voz, lá do fundo da igreja, não identificada, disse: 'Eu me calo para sempre'. Melhor assim. Sentir a falta do Prisco, do Daniel Silva, e a minha. E deixar falar os entendidos. É um mundo novo, mas não o novo mundo. Talvez melhor que nos acostumemos. Se, antes eram dois os sexos, hoje são três e amanhã serão quatro ou cinco. Se será bom ou ruim, só o futuro dirá. Crianças com dois pais, homens querendo ser mulheres e mulheres querendo ser homens. Homens querendo ser mães e mulheres querendo ser militares, sargentos tomando banho entre 'saradões'. Esse pode ser o futuro e gente antiga, como nós, não estejamos nos apercebendo das vantagem disso. Homens barbados e com bigodes, com úteros viáveis dando à luz, mulheres portando fuzis no exército cantando como 'cover' de Cássia Eller, bebendo em bares e socando praças que desejam sexo com generais que dão à luz lindas garotinhas e ficam seis meses de resguardo para cuidar das respectivas crias. Até pode ser bom. Quem sabe? Amanhã, talvez, reuniões de diretoria de multinacionais serão adiadas porque os participantes, diretores homens, terão de dar de mamar, o que será garantido por nossas Leis trabalhistas. Aldous Huxley, coitado, jamais pensou em nada disso. Orwell, em sua insignificância, nem chegou a pensar em nada disso, pobre coitado, também. Conselho: fiquem fora disso. Ou, como se diz por aí, se não podem com ele, juntem-se a ele. É o que pretendo fazer. Daqui para a frente, pretendo assumir um codinome: Abigail. E chega."

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