Migalheiros

3/7/2008
Adauto Suannes

"Quando assumi certa vara criminal da Capital, descobri que havia ali duas pautas para os mesmos dias da semana: o horário das audiências que seriam presididas pelo juiz e as que seriam presididas pelo promotor, pois não havia ainda o quadro de juizes auxiliares. Ano: 1966. Acabei com aquela ilegalidade e quase morri de tanto trabalhar. A OAB aceitava aquilo em nome do 'mal menor'. Anos mais tarde elaborei, a pedido do deputado Mendes de Thame, minuta de projeto de lei que oficializava a praxe que todos conhecemos, determinando que aos juizes caberia presidir audiências e proferir decisões, enquanto ao Escrivão, obrigatoriamente formado em Direito, incumbiria dar andamento aos processos, lançando nos autos meros despachos. A AASP zombou do projeto, dizendo que só faltou ele mandar chamar Escrivão de Excelência. E o nosso Judiciário chegou aonde chegou. Aliás, certo Ministro veio a declarar que exonerou seu auxiliar porque esta havia elaborado voto mandando soltar, indevidamente, certo traficante internacional de drogas (Migalhas 1.684 – 28/6/2007 - "Saia justa na Justiça" - clique aqui) Onde anda o tal réu? Onde anda o tal Ministro?"

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