Revolução Constitucionalista de 1932

8/7/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. diretor de Migalhas, poema lido quando da comemoração, no dia 9 de Julho, da Revolução Constitucionalista de 1932, na EEPSG Plínio Negrão, em São Paulo, quando o autor foi orador, na década dos idos de 1960. 

 

'Heróico paulista,

Vós ereis gente pacata,

Feliz, no campo, na mata,

 

Ou na cidade febril:

E sonháveis a sorrir,

com o mais, próspero porvir

à Terra amada, o Brasil...

 

Amáveis vosso trabalho

Éreis tão só gente simples,

Ingênua... e não dizer ?

Acreditastes que em 30,

Veríeis o alvorecer,

A Pátria consolidada,

Novo Brasil renascer...

 

Vendo o ideal traído,

Todo um Gigante sentido

São Paulo se comoveu:

E vosso povo acorreu,

Sem nenhuma distinção

De raça ou de religião...

 

Foi com a benção da Mãe Negra,

Que partistes para a luta,

Pela causa da Justiça,

Contra a nova escravidão...

 

Desembainhastes espadas

Dos ancestrais pioneiros

Que, nas primeiras Bandeiras

Desbravaram os sertões...

 

Ou os garfos das fazendas

Fizestes de baionetas,

E, na falta de metralhas,

Imaginastes matracas.

Para iludir nas batalhas...

 

Mas Vós fostes derrotados

E muito de vós tombastes

Na triste Revolução...

 

Anos, anos se passaram,

Sob a vil humilhação;

Mas um dia, os vencedores

E vencidos se irmanaram:

Deram vozes à razão...

 

E o vosso lema renasce:

NON DUCOR, DUCO, que cresce,

A Pátria toda aquiesce

Ostenta-o como brasão...

 

Eis os novos Bandeirantes,

Heróis de brava jornada,

Fernões Dias, Borbas Gato,

Em nova marcha pro Oeste...

 

Servindo de exemplo ao Mundo,

Todo o Brasil dá-se as mãos: 

Nunca mais a escravidão

Humilhará o País,

Que Deus fez como evidência,

Tal um grande coração...'"

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