Operação Satiagraha

16/7/2008
Ilson Wajngarten - advogado, migalheiro bissexto, OAB/SP 89.869

"Até onde minha ignorância e mediocridade alcançam, Satiagraha foi o nome dado por Mahatma Gandhi ao movimento de firme não violência contra as leis britânicas na Índia. Que não violência é esta? Certo que o Valente Dantas e seus pares não formam nenhuma irmandade caritativa. Porém, também certo que o Valente, no caso, não atirou nenhuma cápsula de Lexotan contra os espartanos federais; deixou-se arrastar com baraço e pregão pelas ruas do Brasil sem firmeza ou violência. Os trezentos bravos que foram lá defender nossas Termópilas deontológicas jamais se dignaram proceder com o mesmo denodo lá nas barrancas das fronteiras com a Colômbia, com a Bolívia, com o Paraguai i otros buenos vecinos más… É por lá que a Polícia Federal deveria estar agora para coibir a entrada de drogas, armas, muambas, DVD's de Bernstein regendo e cantando 'índia sangre tupy...'. No Morro da Providência, o glorioso Exército Brasileiro é posto a vigiar para que as picaretas usadas na reforma de humildes residências não sejam usadas como armas pelos traficantes do entorno. Porém, pelas fronteiras, entram pás carregadeiras lotadas de drogas e ao EB não é dada condição logística e financeira de estar na cena do crime. Polícia Federal? Só nas partes civilizadas para apanhar dois ou três nigerianos idiotas que tentam embarcar através do aeroporto de Guarulhos com quatro, cinco quilos de cocaína em cápsulas estomacais. Aos picaretas de calibre, algemas e refletores... Gostaria de ver os bravos trezentos algemando os facínoras de verdade. Aos Dantas, Pittas, Nahas et caterva, nada de holofotes; apenas a velha e boa lei. Aquela mesma lei que hoje não galga mais a rampa do Planalto com a mesma desenvoltura 'Dantas' (perdão pelo horrível trocadilho, senhores). Foi apenas falta de senso de 'oportunidade'."

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