Circus

21/7/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr.diretor, li em Migalhas a crônica excelente do dr. Adauto Suannes (Circus 95 - 18/7/08 - "Gênios" - clique aqui) . Quanta sabedoria! Pena que a maioria não entenda assim, tanto que se elegem deuses, por exemplo, na Jurisprudência, e pior, na condenação ou libertação de réus. Falou? Está falado! Isto eu procurei explicar em meu livro: 'A Justiça Não Só Tarda... Mas também Falha'. Será que entenderam? Pedi se apelasse para a humildade. Qual é o gênio, em qualquer ramo do ensino humano que se pode afirmar que esteja certo? Nenhum! Então, por que citá-los, os que supostamente seriam famosos na Jurisprudência, como juristas absolutos impossíveis de errar? Nós sabemos como se alcança uma posição de realce no Brasil. Não nos interessam outros países, mas aqui: quase sempre pela política, não basta ser culto, mas político. Se for culto, mas não político, morre no ostracismo. Isto se seu deu em eras passadas, por exemplo, em Roma e na Grécia, logo não iríamos fugir do sistema no Brasil. Examinemos nossos antecessores nesses pseudo 200 anos de liberdade do Poder Judiciário. Liberdade? Primeiro, teríamos que ser amigos do rei, depois, amigos dos ditadores, depois amigos dos presidentes e hoje, ainda, amigos do Presidente ou de quem o cerca. Um a um, se não fossem amigos deles jamais teriam posição de realce. Jamais estariam, por exemplo, nos Tribunais superiores, sem pretender ofender ninguém; mas é a realidade. Falta ao gênero humano humildade, pois quando se é humilde, dificilmente se progride. Hoje, por acaso, estive elaborando meu dicionário de palavras advindas do latim para o português e encontrei humilitas, atis, que deu humildade; e esbarrei em humida, orum, chegando à conclusão de que elidimos o 'h' ao falar em úmida. Por que? Quiçá para não confundir. Mas por que razão citei isso? Talvez para terminar o texto, expor minha idéia de que como tudo é confuso; ou nós, os humanos, fazemo-los confusos. Mas enfim somos humanos e devemos conviver com isso, porém não exaltemos, não nos julguemos gênios; mas humanos. Atenciosamente,"

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