Getúlio

26/8/2004
Léia A. Silveira Beraldo - advogada em São Paulo

"A leitura do comentário feito pelo Dr. Alexandre Thiollier a propósito do aniversário da morte de Getúlio Vargas (Migalhas 995) soou-me algo impositiva, como um pensamento já assentado e absoluto que devêssemos aceitar, sobretudo quando o reduziu apenas a um "assassino". Claro que sua família deve ter razões de sobra para odiar o ex-presidente, assim como nós paulistas ainda guardamos grande mágoa pelo que foi imposto a São Paulo nos anos de ditadura. O que não podemos esquecer, no entanto, é que de todos os que ocuparam o cargo de presidente desta nossa ainda precária república me parece que Getúlio foi o que mais obras boas nos legou até agora. De “meias verdades” estaríamos falando se confirmássemos a malignidade da alma humana, tão bem sintetizada por Shakespeare, quando colocou na voz de seu Marco Antonio, a propósito do assassinato de César, a célebre frase: "o mal que os homens fazem sobrevivem a eles, o bem é sempre enterrado com seus ossos"."

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