Saúde Pública

7/8/2008
Alexandre de Macedo Marques

"Pois é, caros drs. Credidio e Silveira, é caso de perguntarmos onde estão os socialistas e marxistas defensores dos fracos e oprimidos, zeladores de uma ordem fraterna para as massas, 'a cada um segundo suas necessidades'. Sabemos que eles dominam todo o aparato estatal, do Ministério da Saúde ao Ministério da Pesca, passando por todos os ministérios. Da experiência que tive, num caso semelhante ao do dr. Credidio, saí com a convicção que a ANS está absolutamente dominada por conluios com os Planos de Saúde. O Chefinho da ANS é um jovem e ilustre desconhecido que, parece-me, tem o cargo na cota do PMDB do Rio de Janeiro. Um almofadinha talhado pelo figurino do peemedebismo, tão conhecido pelo seu 'espírito público'. Enfim, enquanto a ANS não vigiar os aumentos desses planos 'Coletivos sem Patrocinador', do mesmo modo que faz com os 'Planos Individuais', os idosos que estão incluídos em planos remanescentes, agora sem patrocinador, serão expulsos do sistema. Os aumentos abusivos não lhes darão chance. Grupos de segurados que estão em situação como a do dr. Credidio - sem patrocinador encontram-se totalmente à mercê do arbítrio dos Planos de Saúde. A resposta que obtive da ANS - Agência Nacional de Saúde - diante de sucessivos abusos de aumentos - num ano várias vezes maiores que o dos Planos individuais - foi, cinicamente, que era assim mesmo, que estava de acordo com a Lei. Até me mandaram uma papagaida legal justificando os aumentos abusivos. Repito, várias vezes maiores que o autorizado para os planos individuais. A ANS funcionou como advogado dos Planos de Saúde. Os contratos coletivos com patrocinador - empresas, etc.,- são bem defendidos pois as empresas ou entes patrocinadores não concordam em aumentar seus custos. E sempre têm a alternativa e a facilidade de ameaçarem mudar de prestadora. Coisa que os Planos de Saúde temem face à disputa nesse segmento do seu mercado. Daí os aumentos serem bem menores do que os autorizados para planos individuais e muitíssimo menos que os de grupos 'sem patrocinador'. Oficiei à Comissão de Saúde da Câmara, na figura de um político da S. Paulo cujo posicionamento é o de defesa de aposentados e membro da Comissão de Saúde da Câmara. Nome do representante do 'povo'? Aí vai: Arnaldo Faria de Sá. A resposta equivaleu a um distraído dar de ombros, que pode ser traduzido como uma boa banana. E para não dizerem que 'não falei de flores', os Planos Individuais, pelas restrições aos aumentos, não mais interessam às companhias de Planos de Saúde. Assim, aposentados ou pessoas fora do mercado de trabalho formal estão sendo empurrados para os planos 'sem patrocinador' onde a farra de aumentos é feita 'Arraiá na Granja do Torto'. Tudo é uma grande e bizarra farsa no país do Macunaíma. Sem poder beber dois copos de vinho e voltar para casa dirigindo seu automóvel."

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