Lula e a pedofilia

11/9/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Ainda outro dia o senador Magno Malta, o paladino contra a pedofilia, apareceu nas televisões, contando que, ao apresentar ao presidente Lula as imagens de pedofilia que carrega em seu laptop, o presidente, enfurecido, levantou-se de sua cadeira, esmurrou a parede de seu gabinete e disse que se aquelas imagens fossem levadas a público, a pena de morte seria exigida no país para os pedófilos. Em 17 de junho de 2008, a Polícia Federal indiciou o prefeito de Coari, no Amazonas, a 363 quilômetros de Manaus, por cinco crimes: favorecimento à prostituição, corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha, sonegação fiscal e fraude em documento público. Foi na operação 'Vorax', que prendeu 23 pessoas entre assessores, parentes e empresários ligados a Adail. Nessa investigação, a Polícia Federal conseguiu juntar provas que indicam o envolvimento do prefeito de Coari, Adail Pinheiro, com uma rede de adolescentes que atendiam ao prefeito e aos outros investigados. As meninas, menores de idade, eram contratadas para participarem de eventos da Prefeitura do Município e acabavam sendo prostituídas pela quadrilha. A Polícia Federal apurou que dinheiro público era usado para pagar os 'serviços' das mulheres e das meninas, inclusive para fretar aviões que eram usados para levá-las de Manaus para Coari. O senador Magno Malta, presidente da CPI da Pedofilia já solicitou, por ofício à Polícia Federal de Manaus, todas as informações das investigações sobre as atividades de pedofilia do prefeito Adail Pinheiro. Pois bem. Lula esteve, ontem, em Coari, terra de Adail Pinheiro, acusado de montar uma rede de exploração sexual de crianças e, estando lá, em comício na cidade, chamou o prefeito de 'nosso companheiro', e o cumprimentou, calorosamente, pela administração do município. Por onde passou a comitiva, foi vaiada e marcada por protestos, faixas e cartazes que lembravam a operação 'Vorax'. O prefeito Adail aproveitou a visita de Lula, decretou ponto facultativo e ordenou que as escolas levassem as crianças para aplaudir a passeata e a comitiva presidencial. É isso aí. Política é assim. Em um dia, esmurra-se a parede, no outro, abraça-se o 'nosso companheiro', acusado de pedofilia pela própria polícia sob as ordens de seu próprio ministro da Justiça."

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