Erro

23/10/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. diretor, eu adoro a propaganda. Admiro quem cria figuras; assim como admiro os que escrevem sobre horóscopos, que têm de vasculhar o íntimo para achar palavras, todas as semanas para contentar os leitores. E confesso: uso, vez ou outra, uma tática dos propagandistas. Coloco um erro em minhas mensagens para ver se sou lido. Hoje 'data venia’ coloquei errarum do latim, em vez de errare, propositadamente, numa mensagem à Migalhas. Faço questão que leiam e me corrijam porque, corrigindo, sei que fui lido e, tendo sido lido alguma coisa absorveram de minha mensagem. Claro que também posso errar não deliberadamente. Lembro-me de uma ocasião, quando dava aulas no Colégio São Judas Tadeu (hoje Faculdade), pelos idos de 1960, que um aluno começou a me fazer perguntas, uma atrás de outra, que, por sorte, respondi -as quando percebi que ele olhava debaixo da carteira quando perguntava. Fui ver, e ele estava-me testando com um dicionário. Óbvio que reprovei (a sua atitude) porque seria muita pretensão a minha saber todo um dicionário. Por isso, repito sempre: 'Errare humanum est, sed in errore perseverare dementis' (Errar é humano; mas perseverar no erro é insensato). Atenciosamente,"

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