Eleições

30/10/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Típica, realmente típica a manifestação do migalheiro Armando Silva do Prado. Ao ver que sua opinião é minoria, aliás absoluta, e contra todas as evidências, inclusive contra o resultado das urnas, ou seja, contra o que resolveu o sufrágio universal, a conquista maior da democracia, aquela democracia tão falada e cantada pelos petistas, que aquinhoam com solertes indenizações aqueles que diziam defendê-la, volta agora para a antiga divisão entre esquerda e direita, hoje ultrapassada, deixada de lado até pelos mais antigos, e insinua a existência de uma 'democracia verdadeira', que ainda não é bem essa, mas uma em que os resultados só sejam os que deseje, em que seus candidatos jamais percam, em que seu partido jamais tenha que amargar uma derrota tão estonteante quanto a que ocorreu em São Paulo. Essa 'democracia verdadeira', em que nunca se perde, em que as cartas são marcadas e os resultados sempre os esperados, caro migalheiro, bem ao gosto do que alguns chamam de esquerda, talvez seja, e a história que o colega parece bem se lembrar, a de Stalin, de Mao, de Fidel. Porque a preferência do colega por Hitler? Certamente ele não foi o único ditador a ser lembrado e, que me lembre, sem trocadilho, sua doutrina era socialista, o nacional socialismo. E, além do mais era austríaco, e sua doutrina dizia respeito ao povo alemão. Não tinha nada a ver com outros ditadores, esquecidos pelo colega, bem mais próximos de nós, aqui muito admirados, cujas doutrinas, de esquerda, como diz o colega, apesar de seguidos por muitos brasileiros hoje no poder, não foram melhores, aliás, historicamente péssimos também. A verdade, e voltando ao território brasileiro, mais propriamente a São Paulo, e à democracia, e às eleições, deve o colega se acostumar que o sistema é assim: às vezes se ganha e outras se perde. O povo vai lá e vota. E os resultados são o que são. É bom que o colega tenha compreendido que certas coisas exigem aprendizado em conta gotas. É verdade, mas tenho a certeza de que o colega, afinal, conseguirá aprender que não há uma 'verdadeira democracia', que cada um elege a seu próprio gosto.  O que há é 'A' democracia. Se todo mundo já aprendeu, não vai ser o colega que não vai entender o sistema, fácil, na verdade."

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