Partidos

20/1/2009
Plínio Zabeu

"Gente certa no lugar certo. Na semana finda tivemos um extraordinário exemplo de resultado de negociações entre partidos que usufruem vantagens em troca de apoio ao governo. Péssima atitude que, infelizmente, orienta a maioria dos partidos políticos. Incrível notar coligações de siglas onde as letras correspondentes nada tem a ver umas com outras. Um dos exemplos mais significativos é a união de um partido que contem a letra D, significando Democracia, com outro que ostenta a letra C, que significa Comunismo. Ora se não existe absolutamente nada entre uma e outra filosofia, como podem os eleitores aceitar isso e, pior, continuar a votar em junções desse tipo? As conseqüências são visíveis em todo lugar. Quando um chefe de governo, da presidência à prefeitura é eleito, realmente deve convidar para cargos os mais eficientes e mais adequados para cada função. Deveria deixar de se comprometer com partidos que, como dito acima, visam unicamente vantagens de pessoas ou de grupos. Isso inclui os senadores que colocam como suplentes pessoas que nada tiveram a ver com a escolha dos eleitores. Um desses exemplos é o motivo desta crônica. Foi convidado para ministro da Minas e Energia um senador que de eletricidade ou de minas não entende absolutamente nada, mas nada mesmo. A nomeação foi resultado de um acordo político para favorecer um partido apoiador. Como resultado assumiu a cadeira o suplente, filho do senador, comprometido com denúncias na justiça. Mesmo com a gritaria geral da imprensa e de pessoas que mereceriam respeito o 'negócio' foi concluído. Chegamos a um ponto até engraçado. O referido ministro determinou a parada de compra de gás da Bolívia já que com a diminuição da atividade industrial mais a abundância de chuvas para mover hidrelétricas, não precisávamos mais do produto. Isto aconteceu dia 15/1/2009 às 8h. Mas, à tarde o presidente teve um encontro com o colega boliviano. Depois de alguns minutos de 'papo' alegre, eis que o Ministro teve que voltar atrás. E, às 16h  do mesmo dia, declarou que as indústrias haviam recuperado todo seu movimento, havia acabado a crise mundial, 'de manhã é de manhã e de tarde é de tarde, será que falo grego?'. E determinou o retorno da compra do gás do amigo do presidente. Lá se vão mais de  um bilhão de dólares de gasto inútil. Se o presidente tivesse mais cuidado na escolha de auxiliares não veríamos tal despropósito. Por quê  não ter o mesmo cuidado que teve na escolha do diretor do Banco Central?"

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