XI de Agosto

16/11/2004
Antonio Claret Maciel Santos

"Sr. Editor, Em princípio a notícia publicada na Folha de S. Paulo, edição de 11/11/2004, sobre a vitória da Chapa "Escória" pode causar pânico ou apreensão em antigos alunos do Largo São Francisco, pois da forma como foi redigida deixa transparecer que um bando de alucinados assumiu a presidência daquela centenária entidade estudantil. Na verdade, o pleito nas Arcadas, sempre se revestiu de muitas lutas e contradições. No passado, haviam os partidos acadêmicos (Renovador, Libertador, Independente, etc), muitas vezes, filiais dos partidos políticos do Estado, como a UDN, PSD, PRP, etc. Registre-se, ainda, as chapas com nomes chamativos, como esta que agora foi proclamada vencedora. A pilhéria, a crítica aos costumes e às instituições sempre estiveram presentes nas eleições do XI. Na década de 70, interessante grupo, com ativa participação, dentre outros, de Alexandre Thiolier, intitulou-se "Partido Acadêmico Monarquista". Tal evento mereceu artigo na Revista "Veja" de autoria do jornalista Carlos Chagas, devido sua importância para aquele momento histórico de plena ditadura.Nas eleições de 1906, o grupo "Cafajestes", liderado por Marrey Júnior, Cirilo Júnior e Ricardo Gonçalves, este um dos maiores poetas de São Paulo, se contrapôs ao grupo "Aristocratas", liderados por Cardoso de Mello Neto e César Lacerda de Vergueiro. Com certeza os estudantes agora eleitos, saberão honrar o XI de Agosto, cujo patrimônio moral é muito superior ao material que, no passado, era digno de louvor."

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