Circus

"Sem ter pista para a aterrissagem dessa tua 'nave', lembrei de uma crônica escrita pelo meu saudoso pai, sobre o reencontro em Santa Maria - cidade que estudou em menino - dos rostos das venerandas senhoras que ele conheceu meninas. Desses escólios de minha memória, sempre para homenagear a sua sensibilidade e inteligência, copio de uma agenda antiga, uns versos, como você diz querido mestre, no intróito, não sei de quem, mas estão escritos de próprio punho por meu pai, 'vai-se a primeira pomba despertada, vai-se outra mais, mais outra, enfim dezenas. De pombais, vão-se dos pombais, apenas, raia sanguinea e fresca a madrugada. E à tarde, quando a rígida chegou e foi montada, sopra dos pombais de novo elas serenas, ruflando as asas sacudindo as penas, voltam todas em banco e em revoada. Também dos corações onde abotoam, os sonhos, um por um céleres voam, como voam as pombas dos pombais. No azul da adolescência as asas soltam. Fogem, mas aos pombais as pombas voltam. E elas aos corações não voltam mais.' (Cláudio J. G. Weidlich) Continua no próximo número (Circus 143 - 24/7/09 - "Reencontro" - clique aqui). Cordiais saudações !"