Caso Battisti

23/9/2009
Olavo Príncipe Credidio – OAB/SP 56.299

"Sr. diretor, há pessoas ou que são desentendidas ou se fazem. Onde eu disse que meu livro é melhor que qualquer um, no titulo Battisti? Eu simplesmente disse de minha experiência que provavelmente o migalheiro dr. Alexandre de Morais não tenha, talvez pela pouca idade (não sei qual a idade dele) a minha é 83 anos de vasta experiência: 2 faculdades, 25 anos de magistério público e particular, além de ter sido vendedor, chefe de vendas, industrial, assessor técnico legislativo e procurador, e agora quase 30 anos de advocacia, principalmente no ramo criminal. Respeito todos que escrevem; mas não posso concordar com muitos deles. Não é porque fulano falou isso está falado (o que se vê na advocacia, em que se cria fama e deita-se na cama). Discuto sim, seja grego ou troiano, se achar que está errado. Já protestei contra mestres de Direito, contra juízes, contra professores, ministros, políticos. Lembro-me quando um deles. Ministro do STF famoso, disse que um juiz estava autorizado a dizer se um réu era ou não débil mental. Eu perguntei: 'Seria médico-psiquiatra? Porque, se não for, estará praticando dois delitos: falsidade ideológica, combinado com falsa identidade. Lembro-me sempre de uma frase célebre de Terêncio: Homo sum, nihil humani a me alienum puto (Sou homem: nada do que é humano considero alheio a mim) e outra de Jeremias: Maledictus homo qui confidit in homine (Maldito o homem que confia no homem). Principalmente, como advogado, deve-se sempre confiar desconfiando. Tenho acompanhado dezenas, centenas de sentenças judiciais e sempre procuro vasculhá-las, esmiuçá-las. Ainda hoje, li em Migalhas o caso de um juiz de Pernambuco que foi punido, perdendo o cargo. Mandei perguntar a um juiz de minhas relações o que achava, porque achei o caso estranho demais. Perguntei: não teria aquele juiz sido enganado, talvez por ingenuidade? Por que não? Há juízes que investem na carreira sem experiência, aos 20 e poucos anos, enquanto há estelionatários com vivência de décadas na malandragem. Nós, advogados, não podemos absolutamente aceitar tudo. Em meu livro 'A Justiça Não SÓ Tarda... Mas Também Falha' eu exponho: 'Judicialibus sententiis oboedire debemos; non autem semper assentiri. Errare humanum est: etiam iudices errant.' (As sentenças judiciais devemos sempre obedecer; não entretanto sempre concordar. Errar é humano, também os juízes erram.) Atenciosamente,"

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