STF

2/10/2009
Guilherme Zamith - advogado

"Discordo do ilustre articulista. Com a devida vênia, acredito que as questões polêmicas, ainda mais aquelas que com certeza, em um futuro não muito distante, irão chegar à Suprema Corte, não devem fazer parte, ao menos como foco principal, da sabatina do Senado (Migalhas 2.239 - 2/10/09 - "STF" - clique aqui). Isso porque, o futuro ministro terá que falar nos autos, e não antecipar seu posicionamento e até mesmo seu voto. Cabe ao Senado analisar realmente o notável saber jurídico e a conduta ilibada de acordo com a vida pretérita do candidato, com o que ele já fez, produziu, disse, etc. Não será nas perguntas simplórias e políticas dos senadores que iremos aquilatar o saber do futuro ministro, mesmo porque, diante dos congressistas, aquele irá sempre tentar fazer 'média', ainda mais em assuntos polêmicos. Por fim, na minha humilde opinião, não devemos escolher o julgador do STF pelo fato de ele enteder de forma X ou Y sobre determinado assunto, mesmo porque o Direito é feito de teses e posicionamentos diversos, mas sim, que tenha a capacidade de contribuir para as discussões (que devem ser) de alto padrão técnico e de vivência dos integrantes da Corte. Para mim, foi uma escolha muito mais política (ainda que inerente à forma de condução ao cargo) do que jurídica, o que desaprovo."

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