TV

18/10/2009
Olavo Príncipe Credidio – OAB/SP 56.299

"Sr. diretor, as vezes eu penso como a televisão poderia dar maior cultura jurídica ao povo, e não o faz. Termos corriqueiros do penal são usados subvertendo aquilo que diz o Código. Hoje, por exemplo, no canal Globo, eu vi um sequestro ser tratado como rapto. Frequentemente vejo furto, tratado como roubo etc. Por que os autores não tomam mais cuidados, pois não creio que sejam assim ignorantes? Deveria haver em cada emissora alguém com cultura jurídica para corrigir os textos, apesar de que ouvi um Professor do canal 6, do STF trocar o pronome reto pelo oblíquo, apesar de estar dando aula de Direito constitucional. Não é de se estranhar, pois li um texto de 2ª Instância em que o desembargador confundiu o verbo haver (há) com o artigo (a) É preciso ter mais cuidado, por isso a língua vai se deturpando. Mais não e só, nessa questão de ativismo e teleologia, por exemplo, os professores poderiam comentar, não aceitarem sem divagações, sem discutir a dúvida, principalmente porque é uma questão de interpretação e interpretação pertence à língua portuguesa. Como aceitar, por exemplo que o termo branco seja interpretado como preto,o que eu disse ao um Desembargador, contestando um acórdão que desmentia lei, prolatado por sua Câmara, anulando uma sentença clara de 1ª Instância, que ele justificou como interpretação. A televisão, enfim a mídia deve colaborar com a lisura dos textos, e não podem ser professores aqueles que ignorem a gramática. Dúvidas há e sempre haverá; mas quanto mais estudarem, mais deixarão de existir, em benefício da linguagem. Atenciosamente,"

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