Sarney

"Senhores migalheiros, resolvi entrevistar Nelson Rodrigues sobre o que vem acontecendo desde 31 de julho último. Data em que um Magistrado, que o Estadão afirma que é amigo dos Sarney, decretou a censura contra o Periódico. Este foi proibido de publicar informações sobre investigações da Polícia Federal, na Operação Boi Barrica, sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado José Sarney (PMDB/AP) e que foi indiciado por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, trafico de influência e falsidade ideológica.

-Nelson, você não acha que já perdura por tempo exagerado essa 'mordaça' imposta ao Estadão? 

-Meu caro colunista, você sabe que as notícias somente têm repercussão, tem valor, quando são divulgadas 'on-line'. Vocês aí na Terra conseguiram esse progresso, a internet.

-O que você quer dizer?

-Como você parece imbecilizado como quase todos os brasileiros, devo utilizar-me de outras palavras: os Sarney, integrantes da 'base de aliados' dos lulistas, estão conseguindo o seu objetivo.

-Mas, o TJ/DF julgou o aludido magistrado suspeito e não anulou sua decisão!

-Meu caro colunistas, você sabe que cabe Recurso dessa decisão, não sabe?

-Sim, mas o Jornal não recorreu.

-Pois é, vá anotando aí.

-Nelson, depois o TR/DF deu-se por incompetente e remeteu o Processo para a Justiça de Primeiro Grau no Estado do Maranhão, onde os Sarney reinam faz muitas décadas.

-Meu caro colunista, você sabe que cabe Recurso dessa decisão, não sabe?

-Sim, mas o Jornal não recorreu.

-Pois é, o Jornal não tem recorrido como poderia, não é?

-Sim, mas o que você quer dizer?

-Meu caro colunista, nem parece que você ainda vive 'nextepaíz'. O tempo passa, o Jornal publica pareceres de Juristas contra a 'mordaça', as notícias do Inquérito que teriam significação não são publicadas, os Sarney, repito que integram a 'base aliada' dos lulistas, estão satisfeitos, e o 'público externo' fica a se preocupar com a inconstitucionalidade da 'mordaça que perdura'.

-Mas, e daí?

-Daí, que se você quiser mesmo saber tudo o que está acontecendo e os porquês, pergunte para algum integrante do 'público interno' do governo lulista.

-Indique-me um deles, por gentileza.

-Você já está querendo saber além da conta. Vire-se. Vou subir.

-Nelson, por favor!

Ele não responde.

Saudações,"