Caso Suzane Von Richthofen

23/10/2009
Alessandra Siniscalchi

"Percebe-se que alguns migalheiros, assim como o próprio rotativo, esqueceram-se de que as leis estão, sim, sujeitas à interpretação. Para aquele que tem o dom da palavra, pode-se ir contra ou favor, apenas trocando-se vírgulas, apenas mudando-se verbos, apenas alterando-se as fontes. Não se trata de 'rasgar' a Constituição. Parece, sim, leviano, criticar decisões e opiniões, sob o manto do Estado Democrático de Direito que, sozinho, nada quer dizer. Forma-se de leis, de usos, de costumes, de passados, de pessoas. Forma-se de opiniões, desde que os motivos sejam conhecidos, sopesados, sem clamor, sem paixão, sem ironias, de nenhum dos lados. Aquele que consegue isso, sim, é quem mais se aproxima de Deus. No final das contas, ficou parecendo que este rotativo, ao tomar partido em matéria tão controversa, e de forma absolutamente superficial, eximiu-se de seu papel de ferramenta informadora e, inclusive, ignorou seus próprios 'princípios' (ou meros recortes?). Conforme veiculou em Migalhas 2.136, sábia colocação do próprio João Mendes Jr. (7/5/09 – clique aqui). Para a sociedade, portanto, de nada adianta uma leitura restritiva da lei. Aí sim, estaríamos diante de um Estado, porém nem democrático, tampouco de Direito. Afinal, todo argumento encontra guarida para quem tem o dom da palavra."

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