Caso Suzane Von Richthofen 25/10/2009 Claudia Corrêa "Caríssimo, dr. José Alencar da Silva, disse e repito: cada área da advocacia tem o seu entendimento sobre o caso Suzane Von Ritchthofen. Logo, cada qual defende o seu ponto de vista. O meu, como já disse, apenas uma opinião de leitora. Portanto, concordo com o ilustre senhor à respeito da minha falta de conhecimento acerca do que abrange o tema sobre crimes, assassinatos, estupros e afins. Eu não disse que era 'a entendida', disse ? Ao expressar minha opinião à respeito do caso Suzane, vale lembrar que, em momento algum, foi dito da minha parte : 'os advogados criminalistas são piores do que os trabalhistas, ou tributaristas, ou civilistas'. Com todo respeito, em que lugar do meu texto o senhor leu isso ? Não menosprezei os criminalistas, nem tampouco enalteci os demais. No entanto, existe a interpretação da leitura. Cada leitor tem a sua, da forma que melhor lhe convém, correto ? Quanto a isso, foge a capacidade de quem escreve, intervir. Eu, disse que o advogado criminalista defende (é a favor) o criminoso embasado sobre o caso Suzane, pois, não sei se o senhor observou, era esse o tema da página, e era esse o foco do meu raciocínio. Ao meu entendimento, todos que, completamente dentro do seu direito, se manifestaram contrários a decisão da juíza, foram à favor de Suzane, estou certa ? Algo errado com a minha colocação ? Presumo que não. Leiga sim, burra não. Aproveitando o ensejo... lendo opiniões de colegas mais entendidos acerca do assunto do que eu, atentamente, observei que Suzane tem o direito a progressão de regime da pena. Sim, cabe a ela - o direito - de recebê-la, e cabe a juíza - o poder - de concedê-la, ou não. Portanto, comete um lamentável engano quem, mesmo entendido da Leis (Bacharéis de Direito e Cientistas Sociais, como o senhor sabiamente colocou) 'condena' a juíza, dizendo que ela não está apta a exercer a magistratura e que errou ao negar o pedido. Não, ela não errou. Ela, na condição de juíza, fez uso do direito que lhe cabe e, portanto – de acordo com a Lei -, negou o pedido de progressão de regime. Onde está o erro dela? Agora, não concordar com a decisão da meritíssima, já é outra história, e é um direito também de quem discorda. O mundo em si, e principalmente o 'Mundo Judiciário', é feito de discordâncias. Ora. O criminoso, penso eu, leva esse nome por agir criminosamente. E o que é agir criminosamente? Matar, estuprar, roubar, furtar, correto? Suzane é o que? Uma criminosa (na minha visão de leiga e na visão de qualquer ser mortal e com o mínimo de discernimento), pois foi conivente e cúmplice no assassinato do seus pais. Eu disse 'seus pais', prestou a devida atenção? Não imagino um advogado da área trabalhista, civilista ou tributarista, tendo interesse em defender uma criminosa do 'calibre' de Suzane. Daí minha comparação entre as áreas e o entendimento do motivo pelo qual gerou este 'bate boca' entre os colegas – e os leigos. Penso que, a relação advogado-cliente, seja de que área for, deva ser de extrema fidelidade, confiança, segurança, concordância das ideias e dos interesses, estou errada? Afinidades estas estritamente profissionais, que isso fique bem claro. Portanto, isso não quer dizer que, no caso dos advogados criminalistas, os mesmos sejam criminosos. Eu disse isso nas palavras que tanto lhe desagradaram? Não, eu não disse. Essa foi, mais uma vez, a sua interpretação, desculpe. É perfeitamente esperado que, advogados criminalistas, sejam fiéis ao seu juramento e empenhados em atender a vontade (interesses) de seus clientes. No caso de seus clientes aguardarem julgamento, é esperado que lutem em prol da absolvição, e no caso de serem condenados, que lutem em busca da tão sonhada liberdade, ou parte dela. Portanto, penso que, não me equivoquei ao dizer que, quem defende os criminosos os quer soltos, me equivoquei? Da mesma forma que, quem defende os inocentes (acho que essa palavra 'inocentes' cai bem para expressar o antônimo a 'criminosos', no sentido deste assunto especificamente - Suzane Von Richthofen. Eu, Claudia, estou falando sobre isso, desde a primeira linha, não sei quanto ao senhor), clamam pela Justiça que consideram correta. Isso também não quer dizer que, criminalistas, ou trabalhistas, ou civilistas, ou tributaristas sejam mais ou menos justos uns do que os outros. Mas, como, sabiamente, disse um migalheiro: Justiça no Brasil, é apenas uma questão de opinião. A minha foi colocada, ponto." Envie sua Migalha