Caso Suzane Von Richthofen

26/10/2009
Paulo Magalhães

"Demonstrações do tipo 'se não estiver satisfeito, mude a lei', 'colegas civilistas, trabalhistas...manifestam opiniões infantilmente, irresponsavelmente...' são chocantes, principalmente pela falta de educação básica, pela maneira ofensiva de desrespeitar a opinião alheia, pela demonstração clara de que o tecido cerebral endureceu e esgarçou, não conseguindo mais ser minimamente flexível. Quem mata os pais de maneira torpe, impiedosa, selvagem, e vai se divertir num motel, deve ser libertada porque tem um ótimo comportamento prisional e cumpriu pequena parte da pena? Um juiz não pode interpretar a lei, seus fundamentos filosóficos, para negar um absurdo? Deve ignorar as circunstâncias, a vida confortável da condenada, que tinha tudo, carro zero, família exemplar, liberdade até para namorar e viajar com o namorado de classe social inferior, que não estudava nem trabalhava, e que certamente ninguém gostaria de ter como genro. Um juiz deve ser uma máquina de aplicação automática da lei infeliz, da lei que não passaria pelo crivo de nenhum país sério. Se todos os que labutam no direito criminal tivessem essa mentalidade, deveriam dispensar os livros, os pareceristas, os juristas experientes. Deveriam pensar em assumir a responsabilidade pelos crimes cometidos pelos milhares de libertos que voltam a delinquir, a matar inocentes, etc. etc. Não se deve nunca invocar o patrimônio absoluto da verdade, em coisa alguma, muito menos nas críticas a uma juíza que tem não só a autoridade para julgar, e o fez, mas porque não há como provar que ela esteve errada. E outra coisa, opiniões contrárias deve ser manifestadas no mínimo com respeito, educação e humildade. Sem isso, inspira arbitrariedade, intolerância e falta de bom senso."

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