Antigos alunos

24/11/2009
Gabriel Vinicius Moura – aluno da turma 179NI

"Caros migalheiros, sou acadêmico das arcadas, 4º ano, e tenho acompanhado bem de perto a discussão acerca do batizado das salas Pedro Conde e J.M. Pinheiro Neto (Migalhas 2.273 - 23/11/09 - clique aqui). Antes de mais nada, cabe dizer que o movimento que contesta tal 'batismo' não conta tão-somente com o apoio do Fórum da Esquerda, mas também com o endosso de renomados professores das arcadas, dentre os quais o ex-diretor Eduardo Silveira Vita Marchi. Não se trata – em nenhuma hipótese – de desprestigiar ou ainda deixar de fomentar o investimento de antigos alunos. Ocorre, porém, que ter uma das salas de aula das arcadas batizada com o seu nome exige do homenageado, no mínimo, uma história de vida dedicada à carreira acadêmica e à Faculdade de Direito, o que não aconteceu com Pinheiro Neto, nem com Pedro Conde. Captar doações da iniciativa privada não é novidade do agora Reitor João Grandino Rodas. O próprio professor Marchi, quando Diretor, conseguiu angariar fundos para climatização de algumas salas de aula, o que rendeu ao patrocinador uma placa de agradecimento e homenagem afixada dentro da sala que ajudou a reformar. É uma troca justa, é proporcional. Porém, permitir que qualquer pessoa, apenas pelo fato de ter sido aluno da Faculdade de Direito, possa reformar uma sala e tê-la batizada eternamente com seu nome é algo que ultrapassa os limites do razoável e do proporcional. Ter o nome em uma das salas na Faculdade de Direito do Largo São Francisco não é homenagem que cabe a quem simplesmente foi 'aluno ilustre', ou ainda foi aluno 'abastado' e doou alguns milhares de reais para uma reforma. Reforma esta que, por melhor que tenha sido, não há de ser eterna. Tal homenagem cabe apenas àqueles que dedicaram suas vidas às arcadas, à pesquisa, à docência e à academia. Alunos ilustres sempre tivemos e sempre os teremos, aos montes. A eles caberá o eterno reconhecimento, gratidão, e qualquer outra homenagem. Mas para batizar uma sala das arcadas, é preciso muito mais do que ser ilustre..."

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