TJ/SP

5/1/2010
Aderbal Bacchi Bergo - magistrado aposentado

"Senhores migalheiros, 'nunca antiss na isstória dexxtepaíz' a impunidade foi tão próspera. 'O TJ/SP vê 'falsidade' de metade dos 5.400 afastados por questão de saúde. Avisados da apuração, 43% deles já voltaram ao trabalho. Agentes de Segurança, motoristas, oficiais de justiça, escreventes. Todas as funções. As perícias realizadas pela junta médica formada pelo TJ verificou que muitos eram casos efetivos de aposentadoria e um outro grupo teve suas licenças prorrogadas.' O Exmo. Presidente do TJ/SP esclareceu à Reportagem do Estadão que 'tudo era lastreado em atestados...do Departamento de Saúde do Estado, órgão do Executivo...mas agora a avaliação para a concessão de licença saúde será feita pelos médicos do Tribunal de Justiça...que enviou projeto à Assembléia criando 10 vagas para médicos e mais 20 para enfermeiras. Só tínhamos duas vagas para médicos.'  Com todo o respeito que o atual Presidente merece, Exmo. Desembargador Antonio  Carlos Viana Santos, para todos nós o estimado Vianinha, com 40 anos de impecáveis serviços prestados à Magistratura Paulista, ele causou-nos perplexidade quando declarou que 'quero ressalvar que não há suspeita sobre médicos, suspeita de que tenham sido coniventes...não vejo nenhuma produtividade em se abrir processo disciplinar ou representação contra os médicos do Estado...só de voltarem (os funcionários) já vejo aí uma sanção, uma punição...não pretendo fazer auditorias, não vou fazer caça às bruxas, não posso ficar olhando para o retrovisor, eu olho para o pára-brisas.' Contudo, nesta mesma reportagem o Exmo. Desembargador-Presidente reclamou de que a independência financeira do Judiciário que consta da Constituição só existe no papel, ela é retórica, o Executivo corta verbas do orçamento do Judiciário a seu bel prazer, principalmente de pessoal e o projeto com os cortes é aprovado pelo Legislativo porque dos 94 deputados, 73 fazem parte da bancada do Executivo. Ora, se a verba é insuficiente, mais razão ainda para que se punam esses funcionários e médicos estelionatários que fraudaram os interesses da Nação, zombaram de todos nós, os contribuintes, que pagamos, 'nextepaíz', a maior carga tributária deste mundo. A punição desses canalhas não pode ser vista como ''caça às bruxas'' mas, sim, como um Direito dos Cidadãos que sustentam esse Estado podre em que a maior parte dos integrantes de nossa classe política transformaram o Brasil.  Excelentíssimo Desembargador, não poderia ser pior o exemplo que o Tribunal de Justiça de São Paulo está proporcionando a essa Nação que já é adepta do 'jeitinho' e da 'lei de gerson', para dizer o mínimo, e que necessita urgentemente, como parâmetros,   de ações enérgicas  contra a impunidade. O alimento mais eficiente que existe para a prosperidade da corrupção é a impunidade. Saudações."

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