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Dívidas

Advogada elenca soluções para empresas endividadas com Fisco

Advogada analisa acordos para a regularização e diz que é possível existam novas regras de parcelamento com o prolongamento da crise sanitária.

Da Redação

domingo, 31 de janeiro de 2021

Atualizado às 08:12

Com a prolongação da pandemia e seus efeitos na economia, as empresas estão buscando soluções para regularizar a situação frente ao Fisco. A advogada Carolina Ferreira de Carvalho (Grebler Advogados) elenca alguns caminhos que têm sido oferecidos pelo governo para que as empresas estejam em dia com as duas contas.

De acordo com a causídica, várias modalidades do Programa de Retomada Fiscal tiveram seus prazos de adesão encerrados no final do mês passado. "Mas como a crise persiste é possível que o governo crie novas regras de parcelamento das dívidas", afirma.

 (Imagem: Pixabay)

(Imagem: Pixabay)

Transação individual

A advogada ressaltou que ainda continua a possibilidade de transação individual, prevista na portaria 9.917/20, da PGFN, e de celebrar Negócio Jurídico Processual com a PGFN, nos termos da Portaria PGFN 742/18.

Segundo Carolina Ferreira de Carvalho, a transação individual é para empresas e pessoas físicas consideradas grandes devedoras pela PGFN, com dívida total superior a R$ 15 milhões, ou superior a R$ 1 milhão, desde que suspensas e garantidas, ou no caso de dívidas de FGTS. Também se aplica a empresas falidas, em processo de liquidação ou recuperação, e para estados, municípios e respectivas entidades de direito público da administração indireta.

"O interessado deve providenciar todos os documentos exigidos na portaria 9.917/20 e entrar em contato com a procuradoria para solicitar a abertura de protocolo do requerimento. O assessoramento legal desde a formulação da proposta de parcelamento é fundamental para que os objetivos sejam alcançados. O pedido é analisado, assim como a situação econômica da empresa (de dados da receita bruta à renda comprometida com a folha de pagamento) e podem ser exigidas garantias."

A advogada informa que, para as empresas, os descontos podem ser de até 50% dos juros e multa e o prazo para pagamento é de até 84 meses. Já para pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte, a redução pode chegar a 70% dos juros e da multa, e o prazo do parcelamento até 145 meses. No entanto, é vedada a transação que reduza o valor principal do crédito tributário.

Clubes de futebol e grupos de educação, por exemplo, estão fazendo acordos com a PGFN, o que tem sido uma importante ferramenta para a regularização fiscal das empresas nesse difícil cenário econômico. "O Cruzeiro, por exemplo, celebrou acordo em outubro do ano passado e conseguiu reduzir consideravelmente o valor de seu passivo fiscal", afirmou a advogada.

Calendarização da execução fiscal

Além da transação individual, o contribuinte pode apresentar proposta sobre calendarização da execução fiscal; criação de um plano de amortização do débito fiscal; aceitação, avaliação, substituição e liberação de garantias; e o modo de constrição ou alienação de bens. Essa possibilidade, denominada Negócio Jurídico Processual, está prevista na Portaria PGFN n. 742/2018 e pode versar sobre débitos inscritos em dívida ativa da União e do FGTS. 

De acordo com Carolina Ferreira, esta é uma oportunidade para que as empresas em dificuldades financeiras recomponham suas finanças. A regularidade fiscal traz benefícios, como a possibilidade de participar de licitações, vender bens, obter créditos, e concluir a recuperação judicial.

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