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X Fórum Jurídico de Lisboa

Advogada sobre feminismo: "não é tirar o homem, é agregar diversidade"

Pesquisadora afirma que é preciso entender a necessidade do feminismo para a realização de transformações na sociedade, seguido de uma mudança na Constituição.

Da Redação

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Atualizado às 12:03

Presente no X Fórum Jurídico de Lisboa, Mariana Bugelli, advogada e pesquisadora, analisou, em entrevista à TV Migalhas, a importância do feminismo na sociedade e a necessidade de uma constituinte paritária no Brasil. Ela comentou sobre as transformações geradas a partir da equidade na vida das pessoas.

"Acham que o feminismo abraça só a mulheres, principalmente as brancas, mas existe o feminismo interseccional, que é justamente olhar para a mulher branca, entender que ela sofre muito, e que muitas delas sofrem muita violência dentro de casa. Mas também tem a mulher negra, a mulher da periferia, que tem outras questões e está em uma situação ainda mais vulnerável."

A advogada ainda reforça sobre a necessidade das medidas públicas reinventarem a vida coletiva. Em analogia ao tema, a pesquisadora compara a arte com a filosofia do feminismo, "a arte reinventa a vida, e a política deve fazer exatamente isso, reinventar". Para a advogada, cabe ainda a importância da representação nos espaços de poder, visto que o Congresso e o Judiciário são ocupados majoritariamente por homens brancos.

"Existe a necessidade de novas perspectivas, de trazer novas soluções e diversidade. A representação, e como ela pode transformar a vida das pessoas. Uma criança negra que olha um negro ocupando um espaço de poder vê que aquele lugar à pertence."

Marina conclui que o feminismo luta para trazer o homem à essa perspectiva, visto que eles também sofrem muito com o machismo: "não é tirar o homem do poder, é agregar diversidade".

Assista:

Constituição paritária

Mariana Bugelli também afirmou para o Migalhas sobre a necessidade de uma constituinte paritária no Brasil. A pesquisadora alerta que as mudanças precisam ser radicais no país, e não apenas políticas afirmativas básicas, a fim de atuar "direto na raiz".

"A constituição brasileira é longa, pouco eficiente, extremamtente demagógica e não resolve a questão. Precisamos de medidas eficientes, uma constituinte paritária. (...) Se não uma mudança não acontece, e as pessoas sofrem, morrem todos os dias por conta disso."  

Assista:

O evento

De 27 a 29 de junho de 2022 será realizado, em Portugal, o X Fórum Jurídico de Lisboa. Em sua décima edição, o evento tem como mote "Governance da Ordem Jurídica em Transformação". Também estarão em debate temas como liberdades individuais, crise da democracia na geopolítica global, transformações econômicas, meio ambiente, novas tecnologias e desafios do Estado regulador. O objetivo é promover o diálogo entre Brasil e Portugal a partir de uma perspectiva de governança em contínua transformação. O Congresso é realizado pelo IDP, pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito de Lisboa e pela FGV.

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