Alinhada à COP30, Aegea amplia acesso a água e esgoto no Norte do Brasil
Com universalização em Manaus e novos investimentos no Pará, ações de saneamento buscam reduzir desigualdades históricas na Amazônia.
Da Redação
terça-feira, 9 de dezembro de 2025
Atualizado em 8 de dezembro de 2025 13:41
Promover dignidade começa pelo básico: garantir que água tratada e coleta de esgoto cheguem às casas das pessoas, especialmente em regiões onde esses serviços nunca foram uma realidade. Em meio aos debates trazidos pela COP30, encontro global realizado neste ano na região Norte do Brasil, e marcado pela discussão sobre justiça climática e desigualdade socioambiental, o avanço do saneamento em áreas vulneráveis da Amazônia ganha destaque.
Nesse contexto, a Aegea, empresa responsável por operações de abastecimento e esgotamento em diferentes regiões do Brasil, afirma ter ampliado o acesso aos serviços em territórios historicamente desassistidos. Em Manaus, onde atua há sete anos por meio da Águas de Manaus, a empresa levou água tratada pela primeira vez a cerca de 200 mil moradores de becos, palafitas e comunidades ribeirinhas.
Agora, volta-se ao Pará, Estado onde venceu a maior concessão de saneamento da Amazônia Legal em 2025, com metas de universalização e investimentos bilionários previstos para os próximos anos.
Avanços em Manaus - Case Beco Nonato
Manaus é a maior cidade da Amazônia, a maior economia da região Norte e concentra parte significativa da população em áreas de difícil acesso. Segundo a concessionária, o abastecimento de água foi universalizado na capital, após a implantação de redes em regiões que historicamente dependiam de soluções informais.
Um dos casos emblemáticos é o do Beco Nonato, no bairro Cachoeirinha. Em 2018, a comunidade recebeu rede regular de água tratada; em 2022, passou também a contar com coleta de esgoto - ambas as estruturas adaptadas ao cenário de casas sobre palafitas. O serviço promoveu considerável melhora na qualidade de vida da população local.
Ao Migalhas, a Aegea informou que a atuação da empresa resultou no acesso a água tratada por 200 mil pessoas pela 1ª vez em Manaus, ampliando o acesso à rede de abastecimento. A maior parte desses beneficiados está em áreas de becos e regiões de palafitas da cidade, que não contavam com o serviço regular.
No pagamento da água, as comunidades contam com dois auxílios: a Tarifa Social, que beneficia mais de 109 mil famílias (cerca de 25% da população) com desconto na conta de água e esgoto, e o programa Tarifa 10, lançada em março de 2023, que oferece uma cobrança fixa de R$ 10 nas contas de água e esgoto para famílias em situação de extrema vulnerabilidade, beneficiando 28 mil famílias.
Desafios no Pará
Em 2025, a Aegea venceu a disputa para operar os serviços de água e esgoto em 126 municípios paraenses, alcançando mais de 5,5 milhões de pessoas. O Estado possui alguns dos índices mais baixos de saneamento do país.
De acordo com levantamento da PNSB - Política Nacional de Saneamento Básico e SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, atualmente, o abastecimento de água no estado é de 63% com perdas de água na distribuição de 50%. Já os índices de esgotamento sanitário atingem menos de 10% da população.
Na capital, Belém, que sediou a COP30, o atendimento de água é de cerca de 75% e o de esgoto de 15%, segundo o BNDES.
A empresa prevê investimentos superiores a R$ 18 bilhões durante os 40 anos de contrato - montante classificado pela própria concessionária como o maior já previsto para o saneamento na Amazônia Legal.
As metas incluem universalizar a água até 2033 (99%) e ampliar o esgoto para 90% até 2039. Cerca de 30% da população deverá ser atendida pela tarifa social.
Vila da Barca - O início da transformação
A Águas do Pará iniciou as ações em Belém priorizando áreas vulneráveis, como a Vila da Barca, considerada uma das maiores comunidades sobre palafitas da América Latina.
Região habitada há quase 100 anos e que tem a história da ocupação ligada ao encalhe de uma embarcação, a Vila recebeu obras para acesso à água potável, concluídas no início de outubro de 2025, incluindo adutoras, sistema de bombeamento, redes de distribuição elevadas e ligações individuais.
A estrutura deve atender mais de 1,4 mil imóveis e beneficiar mais de 5 mil moradores, e a instalação de hidrômetros em todas as unidades habitacionais permitirá medição individualizada do consumo.
A engenharia adotada é a de redes de água elevadas, em atenção aos alagamentos, evitando contato da rede com a água contaminada. Ao todo, foram implantados 2,3 km de redes de água na área, para reforçar a qualidade da água.
Após as intervenções iniciais, com foco na regularização do abastecimento de água, a Vila da Barca será contemplada com sistema de esgotamento sanitário, garantindo que o esgoto gerado pelos imóveis seja coletado e tratado de forma correta, protegendo a saúde da população e o meio ambiente.
As obras de esgotamento sanitário, que compreendem 1,7 km de redes de esgoto, foram iniciadas em outubro, e têm previsão de conclusão em abril de 2026.
"Trata Bem Barcarena "
A cidade de Barcarena, região metropolitana de Belém onde a Aegea já atuava antes da nova concessão, tornou-se a primeira cidade do Estado a atingir as metas do Marco Legal do Saneamento, segundo a empresa, oito anos antes do prazo previsto em lei (2033).
Os investimentos em Barcarena fazem parte do programa "Trata Bem Barcarena", que contempla aproximadamente R$ 220 milhões aplicados em um pacote de obras, com a implantação de mais de 100 km de novas redes de água, mais de 260 km de redes de esgoto, construção de 4 novas estações de tratamento de esgoto e ampliação de outras duas, beneficiando 18 bairros e mais de 120 mil barcarenenses.
No local, o projeto Tarifa 10 foi implementado em 2024 e, atualmente, 1.250 moradores do município pagam apenas R$ 10 pelos serviços de água e esgoto. Em relação à Tarifa Social, 13 mil moradores de Barcarena são beneficiados.
Perspectivas
Com presença em 890 municípios de 15 Estados, a Aegea afirma que a expansão no Pará é um dos maiores desafios de sua atuação. A expectativa é que os investimentos elevem os indicadores de acesso e reduzam desigualdades históricas na região amazônica, tema central debatido durante a COP30.
Fonte: Aegea
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