Migalhas de Peso

Brasil mostra sua cara!!

Brasil tem potencial agropecuário vasto, mas falta foco interno. Divisão persistente entre "nós" e "eles" alimenta problemas como guerra urbana, perpetuando visão egoísta dos menos privilegiados.

27/3/2024

O Brasil tem um potencial imenso: país com grandes dimensões geográficas e um imenso potencial agropecuário. O que falta ao Brasil? Foco no Brasil. 

Não é possível que já em idos do século XXI, ainda permaneçam ideais em que o povo fique dividido entre o “nós” e “eles”

De forma ao leitor entender melhor a minha colocação, acredito que deva esclarecer em que momento o povo brasileiro se divide em “nós” e “eles”; aliás, isso talvez seja o mais fácil, o mais difícil será explicar as implicações dessa divisão. 

A divisão entre “nós” e “eles” começa quando vemos a guerra urbana que já toma boa parte do Brasil e insistimos no discurso de que isso é com “eles”, pois só acontece (na nossa visão de mundo egoística) com os marginalizados pela sociedade. Os menos abastados. Os desafortunados. 

Nesse mesmo diapasão, podemos dizer que nos momentos em que vemos guerras na Europa, conflitos migratórios e etc, e dizemos: “isso é conosco”; então, estamos sendo divididos em “nós”. E para deixar claro, com isso, não digo que devemos deixar para lá! Evidente que devamos pedir e exigir que as guerras cessem, mas não podemos focar nelas sem antes fazer a lição de casa.  Afinal, o que adianta uma Europa em paz ou um Oriente Médio em paz se não vivemos em paz? 

Em tal linha de raciocínio, posso dizer que quando vejo pessoas no Brasil “levantando bandeira” a favor de grupos extremistas ou se indignando com a guerra na Rússia, por exemplo, vem na mente vários questionamentos. Alguns deles seriam: Em que momento conseguiram nos dividir em “nós e “eles”? Em que momento deixamos de enxergar as mazelas do nosso povo e começamos a focar nas mazelas alheias, sem compreender que a guerra urbana no Brasil mata milhares de pessoas?

Enxergar a nossa realidade é necessário para que possamos mudar. Não adianta ficarmos com discussões intermináveis para “provar o lado certo da história” se já estamos todos errados por princípio! Afinal, apontamos a trave no olho do nosso irmão sem tirar a trave dos nossos olhos, parafraseando um certo galileu.

Apenas quando o Brasil cuidar do seu quintal, enxergando a guerra urbana diária a que seu povo está sujeito, e definitivamente tomar medidas efetivas para cessar tal conflito, talvez, quem sabe, será justificável tentar ajudar na bagunça do quintal dos outros da forma como o Brasil está fazendo. 

A credibilidade do Brasil fica manchada, toda vez criticamos guerras, fome, peste, sem primeiro matarmos esses “cavaleiros do apocalipse” que estão efetivamente destruindo o Brasil.

Afinal, aqui “a guerra está comendo solta” nos grandes centros urbanos, a dengue está matando e há pessoas passando fome, sede e frio.  Mas ao que parece, as dores do nosso povo podem esperar. As dores do nosso povo sempre podem esperar, desde que o Brasil fique bem na imagem externa, o resto ficará bem. Não é assim?

Se tem uma coisa que o tempo nos ensina é que ninguém fica bem, por mais bonito que seja, se o interior estiver podre. E isso, estamos vendo com o Brasil.  Que vontade cantar: “Brasil, mostra a sua cara! /Quero ver quem paga para gente ficar assim! (...)”.

Shirlei Amaro Avena Weisz
Advogada visionária, especialista em Direito Econômico Internacional (PUC/RJ) com MBA nos EUA e formação pela Emerj. Autora pela Editora de sucesso pela Editora internacional Viseu.

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