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Neurodireito e inteligência artificial: Avanços, riscos e desafios jurídicos

Descubra como a interseção entre neurodireito e inteligência artificial transforma o Direito, desafiando conceitos éticos e redefinindo a justiça no século XXI.

5/3/2025

No cenário jurídico contemporâneo, a integração entre neurociências e IA - inteligência artificial, tem remodelado a forma como entendemos e aplicamos o Direito. O neurodireito, um campo emergente e interdisciplinar, alia descobertas neurocientíficas ao sistema jurídico, enquanto a IA potencializa essas aplicações com análise de dados e automação.

A relevância desse tema é crescente diante do uso de tecnologias para detectar intenções, prever comportamentos e até reabilitar infratores. Segundo a International Neuroethics Society (2023), o mercado global de neurotecnologias jurídicas deve atingir US$ 7 bilhões até 2030, destacando o impacto financeiro e ético dessas inovações.

Contudo, tais avanços também levantam preocupações éticas, jurídicas e sociais. Este artigo analisa criticamente as vantagens, riscos e desafios dessa interseção, contribuindo para o debate jurídico e a aplicação prática desse conhecimento.

1. As vantagens do neurodireito e da inteligência artificial

A combinação de neurociências e IA no Direito oferece benefícios revolucionários:

2. Os riscos e dilemas éticos

Apesar das vantagens, a integração entre neurodireito e IA não é isenta de riscos:

3. Desafios práticos e jurídicos

Os desafios jurídicos e técnicos incluem:

4. Exemplos práticos no Brasil e no mundo

Conclusão

A interseção entre neurodireito e inteligência artificial é uma fronteira promissora e desafiadora. Suas vantagens, como maior precisão e eficiência no sistema jurídico, precisam ser equilibradas com os riscos éticos e jurídicos, como a invasão da privacidade neural e o determinismo biológico. É essencial investir em regulamentação robusta, capacitação dos operadores do Direito e desenvolvimento de tecnologias inclusivas e éticas. O futuro aponta para um Direito transformado, onde a neurociência e a IA desempenharão um papel central na promoção de uma justiça mais eficaz, humanizada e inovadora.

__________

1 Smith, J. "Neuroscience in the Courtroom: Challenges and Opportunities." Journal of Legal Studies, 2023.

2 Raine, A. "The Anatomy of Violence." Neuroscience and Crime, 2020.

3 Pereira, R. "IA no Judiciário Brasileiro." Revista Jurídica Brasileira, 2024.

Jamille Porto Rodrigues
Advogada e Professora de Direito Digital, Inteligência Artificial e Novas tecnologias aplicada ao Direito e Marketing Jurídico.

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