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Abertura de startups: Como evitar os erros mais comuns

É possível abrir uma startup de forma segura?

11/3/2025

O cenário atual das startups no Brasil

O ecossistema brasileiro de startups apresenta um crescimento expressivo nos últimos anos. Incentivado pela digitalização acelerada, investimentos de venture capital e ações governamentais específicas, o país tem se tornado um ambiente fértil para inovação e empreendedorismo tecnológico. No entanto, a alta complexidade jurídica e tributária do sistema brasileiro pode representar um grande obstáculo para empreendedores, especialmente aqueles que negligenciam aspectos fundamentais no início das operações. Neste contexto, este guia propõe apresentar uma visão técnica e estratégica dos principais pontos jurídicos e tributários que toda startup deve considerar para garantir segurança, eficiência fiscal e competitividade.

Estruturação societária: Escolhendo o modelo ideal

A decisão inicial mais crítica ao se abrir uma startup é a escolha do tipo societário. No Brasil, os modelos mais utilizados são Ltda. - Sociedade Limitada e S.A. - Sociedade Anônima, além das EIRELI - Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (agora substituída pela Sociedade Unipessoal Limitada).

A escolha equivocada nesse momento inicial pode acarretar aumento significativo de custos, responsabilidades pessoais e até mesmo riscos tributários e jurídicos desnecessários.

Regime tributário: Como evitar armadilhas fiscais desde o início

Após definir o modelo societário, é fundamental analisar e escolher adequadamente o regime tributário mais eficiente para a startup. Os principais regimes são Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real:

A falta de planejamento nesse ponto gera riscos fiscais significativos, multas pesadas e perda de competitividade. É essencial a avaliação estratégica de cada opção com acompanhamento especializado desde o início das operações.

Contratos essenciais: Estruturando relações jurídicas seguras

O sucesso de uma startup está diretamente relacionado à solidez de suas relações contratuais. Alguns contratos são indispensáveis para garantir segurança jurídica e evitar litígios futuros:

Uma falha na estruturação desses instrumentos pode comprometer não só o crescimento da empresa, mas também sua própria sobrevivência.

Compliance tributário: Prevenindo riscos e multas

Compliance tributário é o conjunto de práticas e procedimentos que garantem o cumprimento das obrigações fiscais de forma eficiente e segura. Para startups, isso é fundamental desde o início:

A falta de compliance pode resultar em sanções severas, comprometendo a imagem e a sustentabilidade financeira da startup.

Capítulo 6 - Incentivos fiscais e oportunidades para startups

Startups podem se beneficiar de diversos incentivos fiscais que visam estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico:

A correta identificação e utilização desses benefícios pode representar uma economia tributária expressiva e contribuir para a expansão dos negócios.

Conclusão

A abertura de uma startup no Brasil exige planejamento jurídico-tributário detalhado e estratégico. Do modelo societário ao regime fiscal, passando pela estruturação contratual e compliance, cada decisão impacta diretamente na viabilidade e no sucesso do empreendimento. Por isso, contar com assessoria especializada é um diferencial competitivo que mitiga riscos e maximiza oportunidades. Este guia busca ser um instrumento prático para orientar empreendedores na jornada desafiadora de iniciar e consolidar um negócio inovador e juridicamente sólido.

Gilmara Cristina Nagurnhak
Gilmara Nagurnhak é advogada e fundadora do Escritório de Advocacia & Assessoria Empresarial Mestranda e especialista em Direito Tributário, com formação pela PUCRS.

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