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As consequências para quem é acusado de ter praticado estupro de vulnerável

Traremos quais as consequências para quem é acusado de ter praticado estupro de vulnerável? Jurídicas, sociais financeiras.

29/4/2025

Neste artigo vamos abordar as consequências para quem é acusado de ter praticado um crime de estupro de vulnerável, considerado um dos piores crimes para se tornar réu em um processo criminal. Analisaremos as principais consequências, dentre elas as emocionais, físicas, jurídicas, financeiras, familiares, etc. Traremos uma visão técnica e fundamentada sobre o tema. Se você está sendo acusado, conhece alguém que esteja, ou apenas tem curiosidade jurídica sobre o tema, este artigo é para você.

Ser acusado de estupro de vulnerável impõe ao cidadão uma série de consequências devastadoras, mesmo que, ao final, seja absolvido. A simples instauração de um inquérito ou denúncia já pode comprometer irremediavelmente sua vida em várias dimensões.

O crime de estupro de vulnerável está previsto no art. 217-A do CP brasileiro, incluído pela lei 12.015/09, que assim dispõe:

“Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.”

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.718/2018)

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

§ 4º Se resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

A lei, nos casos de crimes sexuais, optou por uma proteção objetiva e rigorosa à criança e ao vulnerável, adotando o critério da idade como indicativo absoluto da ausência de consentimento válido. Dessa forma, não se admite, por exemplo, discussão sobre o consentimento do menor de 14 anos ou eventual aparência de maioridade.

Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, de qualquer sexo, maior de 18 anos ou imputável, que pratique conjunção carnal ou ato libidinoso com vulnerável. Já o sujeito passivo só pode ser a pessoa considerada vulnerável. São dois grupos principais:

Dito isso, uma vez que alguém é acusado de ter praticado estupro de vulnerável, quais as principais consequências?

Consequências jurídicas

Consequências financeiras

Consequências emocionais e psicológicas

Consequências físicas

Consequências familiares

Guilherme de Souza Nucci, destaca que o art. 217-A consagra a objetividade penal em sua forma mais severa, pois sequer permite a discussão sobre o consentimento do menor. Nucci aponta, entretanto, a importância de não transformar o acusado em réu automaticamente, defendendo o devido processo legal como garantia fundamental. Já Damásio de Jesus sustenta que, por ser um crime de conteúdo extremamente sensível, o estupro de vulnerável deve ser tratado com cautela, evitando interpretações apressadas. Damásio alerta que, por vezes, há "criminalização da figura" do acusado antes mesmo de um juízo de valor judicial, sendo a ampla defesa a ferramenta imprescindível para equilibrar o processo. Finalmente Fernando Capez, ao abordar os aspectos penais da lei 12.015/09, afirma que o legislador agiu corretamente ao proteger o vulnerável, mas destaca que o rigor não deve suprimir a análise probatória. Para eles, é necessário desenvolver uma cultura de investigação técnica e imparcial, sob pena de sacrificar inocentes no altar da comoção pública.

Diante do exposto, resta claro que a simples acusação de estupro de vulnerável já representa uma punição informal antecipada. O acusado é automaticamente marginalizado, mesmo que nunca venha a ser condenado. Por essa razão, a atuação de um advogado criminalista especialista não é apenas desejável — é vital.

É fundamental compreender que, em crimes com tamanha carga moral e penal, a diferença entre a condenação e a absolvição pode estar na qualidade e na precocidade da defesa constituída. O advogado especializado atua desde o primeiro momento, orientando o silêncio estratégico, requerendo medidas de proteção à integridade do acusado, questionando a veracidade da prova oral e desvelando, quando for o caso, acusações falsas motivadas por vingança, disputa familiar ou alienação parental.

Assim, a acusação de estupro de vulnerável não deve ser enfrentada com amadorismo ou inércia. Ela exige uma resposta firme, técnica e imediata — e somente um defensor criminalista experiente pode garantir a condução eficaz dessa jornada.

Sem advogado não se faz justiça e sem um advogado criminal especialista em crimes sexuais o acusado não será absolvido, por essa razão, consulte sempre um advogado criminal especializado.

Sergio Couto Junior
Ex Investigador de Polícia Civil do Estado de São Paulo. Advogado Especialista Direito Publico. Atuante no Direito Criminal. Atua única e exclusivamente defendendo Acusados De Crimes Sexuais.

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